MPRJ recomenda afastamento de gestores do Rioprevidência após caso Banco Master

O Ministério Público do Rio de Janeiro orienta medidas para proteger o patrimônio previdenciário e apurar responsabilidades sobre investimentos na instituição financeira.

Fonte: CenárioMT

MPRJ recomenda afastamento de gestores do Rioprevidência após caso Banco Master
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) emitiu nesta quarta-feira (26) uma recomendação ao Rioprevidência e à Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-RJ) para adotar medidas de proteção do patrimônio previdenciário e recuperar eventuais prejuízos da liquidação extrajudicial do Banco Master.

O Grupo de Atuação Especializada da Integridade e Repressão à Sonegação Fiscal sugeriu a abertura de processo administrativo interno para investigar gestores, consultores e membros de comitês envolvidos, o afastamento cautelar de agentes diretamente relacionados e a proposição de ações legais cabíveis para reparação de danos.

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O Rioprevidência aplicou aproximadamente R$ 960 milhões no Banco Master entre outubro de 2023 e agosto de 2024, com vencimentos previstos para 2033 e 2034. A instituição contesta informações que indicavam investimentos superiores a R$ 2,6 bilhões, atribuindo a divergência a cálculos do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), já esclarecidos em recurso.

“O montante relativo ao investimento que vem sendo equivocadamente veiculado se deve a um cálculo feito pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) que, inclusive, já foi esclarecido pelo Rioprevidência em recurso apresentado à Corte de Contas”, informou o órgão.

O MPRJ estabeleceu prazo de 10 dias para resposta das providências adotadas e alertou que descumprimentos podem resultar em ações administrativas e judiciais, incluindo responsabilização por dano ao erário.

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A recomendação ocorre após a liquidação do Banco Master pelo Banco Central, motivada por graves irregularidades e deterioração patrimonial. O Rioprevidência mantinha aplicações de volume significativo, expondo recursos previdenciários a risco de crédito desproporcional e incompatível com padrões de segurança exigidos, afetando o pagamento de benefícios.

O relatório aponta que a gestão inadequada levou à perda do Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP), impedindo transferências voluntárias da União e afetando operações de crédito do estado. O MPRJ reforça a responsabilidade da Sefaz-RJ na regularização do CRP e na contenção de prejuízos.

Também foi solicitado um plano conjunto em 30 dias pelo Rioprevidência e Sefaz-RJ para restaurar o CRP e detalhar os investimentos afetados, incluindo datas, volumes, responsáveis e medidas de mitigação de danos.

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