Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que o Brasil reúne amplo potencial geológico para minerais críticos, mas historicamente não conseguiu transformar essa capacidade em produção expressiva, ficando atrás de grandes players globais.
Esses minerais são recursos essenciais para segmentos estratégicos, como tecnologia, defesa e transição energética, e incluem lítio, cobalto, níquel e terras raras, fundamentais para baterias, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores.
Segundo dados do Instituto Brasileiro da Mineração (Ibram), o país concentra cerca de 10% das reservas mundiais desses elementos, reforçando sua relevância para a cadeia global.
A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (4), analisa a posição brasileira na cadeia de minerais críticos da transição energética, abordando reservas, produção, comércio exterior e investimentos.
Os pesquisadores destacam que a presença do Brasil no comércio internacional das últimas duas décadas foi modesta, reflexo das incertezas da produção mineral interna. No entanto, observam que novos investimentos em capital físico e a retomada de pesquisas geológicas indicam um cenário favorável para ampliar a produção.
O estudo aponta ainda que o ciclo de investimentos atualmente em andamento pode elevar a competitividade do setor, embora recomende cautela quanto às expectativas de impacto econômico.
Entre 2000 e 2019, a mineração brasileira representou entre 0,75% e 2% do Produto Interno Bruto (PIB), influenciada pelas oscilações das cotações internacionais, sobretudo do minério de ferro, responsável por mais de dois terços da atividade.
