Um estudo recente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) aponta Mato Grosso como o estado com maior poder de investimento entre as unidades federativas do Brasil, incluindo o Distrito Federal. O levantamento analisa a situação fiscal, destacando a relação entre receitas e gastos públicos.
De acordo com a Firjan, enquanto a maioria dos estados enfrenta dificuldades financeiras significativas, Mato Grosso se destaca com um investimento público de R$ 1.828,00 por habitante em 2023, superando em mais de dez vezes o pior colocado, Rio Grande do Norte, que investiu apenas R$ 171,00 per capita. Outros estados com capacidade de investimento superior a R$ 1 mil por habitante incluem Espírito Santo (R$ 1.289,00) e Mato Grosso do Sul (R$ 1.150,00).
Uma análise revela que 23 das 27 unidades federativas brasileiras deverão encerrar 2024 com déficits fiscais, com o Rio de Janeiro projetando o maior déficit de R$ 10,4 bilhões. Apenas quatro estados preveem saldos positivos: São Paulo, beneficiado pela privatização da Sabesp, além de Amapá, Espírito Santo e Mato Grosso.
O gerente de estudos econômicos da Firjan destaca que a pressão fiscal leva à redução dos investimentos, afetando áreas cruciais como segurança pública, educação e saúde. A falta de recursos para investimentos impacta as qualidades do bem-estar da população e do ambiente de negócios local. Goulart ressalta que os investimentos são essenciais para melhorar a qualidade de vida da população e manter a infraestrutura dos estados, alertando que os valores disponíveis atualmente são insuficientes para essas necessidades.
O estudo também identifica a rigidez orçamentária como uma das principais causas do aperto fiscal. Quase 50% dos orçamentos estaduais são destinados a despesas com pessoal, juros e amortizações da dívida. Em alguns estados, como Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, esse percentual ultrapassa 70%, limitando ainda mais a capacidade de investimento.
Em resumo, o relatório da Firjan destaca a disparidade na capacidade de investimento entre os estados brasileiros e a necessidade urgente de medidas para melhorar a gestão fiscal e aumentar os investimentos públicos, essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país.