Indústrias no mercado livre de energia podem ter redução de até 30% na fatura

Fonte: CenárioMT com Assessoria

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A energia elétrica é um insumo transversal porque é essencial para o funcionamento de praticamente todos os setores da economia. Seja na indústria, no comércio, nos serviços ou na agricultura, a energia elétrica é necessária para alimentar máquinas, equipamentos, sistemas de iluminação e climatização, entre outros.

Qualquer variação no custo ou na disponibilidade de energia elétrica pode ter um impacto significativo na competitividade e na eficiência do setor industrial. Por isso, ter alternativas de acesso a uma energia elétrica confiável e a preços atrativos é uma grande oportunidade para ampliar e dar continuidade aos negócios.

Para apresentar as oportunidades e as mudanças na legislação sobre o mercado livre de energia, o Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica de Mato Grosso (Sindenergia) realizou um evento na noite de quarta-feira (29) que reuniu empresários para tratar sobre o tema.

“Não tem um setor da economia que não consuma energia elétrica. E para atrair novas indústrias ou fortalecer as que já estão aqui é preciso ter energia barata, disponível e abrangente. Em um histórico dos últimos 20 anos, esse é o melhor momento para migrar para o mercado livre, já que neste momento o preço da energia está no seu menor preço histórico”, afirma Eduardo Oliveira, vice-presidente do Sindenergia e representante do setor junto à diretoria da Fiemt.

Durante o evento, o presidente do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Sistema Fiemt), Silvio Rangel, pontuou a necessidade de investimentos no setor elétrico no estado e ampliação de linhas trifásicas de transmissão.

“O novo ciclo de desenvolvimento econômico de Mato Grosso está associado à expansão das atividades da agroindústria. E, claro, todo esse crescimento necessita de energia elétrica competitiva e disponível, e o mercado livre é uma ótima opção para atender esses futuros investimentos”, afirma.

De acordo com dados divulgados pela empresa Comerc Energia, em todo o país, 85% do consumo industrial já está no mercado livre de energia. Esse total equivale a 32% da carga energética de todo o país. Durante a apresentação, a executiva de negócios da empesa, Nicole Costa, apresentou casos de empresas que após migrar para o mercado livre de energia obteve descontos de mais de 30% na fatura.

“No mercado livre, o preço do megawatt-hora (MWh) é muito mais competitivo. Além disso, a indústria que migra para o mercado livre deixa de pagar valores diferenciados nos horários de ‘ponta’ e ‘fora ponta’ e paga um único valor de energia. Além disso, por consumir energia renovável, tem descontos na tarifa de distribuição”, afirma Nicole Costa.

2024 trará mudanças no mercado de energia no Brasil

A partir de janeiro de 2024, o mercado de energia no Brasil passará por uma transformação significativa. As mudanças permitirão que todos os clientes de média e alta tensão (Grupo A) tenham acesso ao Mercado Livre de energia. Isso significa que esses consumidores terão a liberdade de escolher seu fornecedor de energia, em vez de comprar exclusivamente da distribuidora local.

Anteriormente, essa opção estava disponível apenas para grandes consumidores, com demanda superior a 1.000 quilowatts (kW) ou 500 kW no caso de fontes renováveis. Com a nova portaria do Governo Federal publicada em setembro de 2022, todos os consumidores em alta tensão poderão optar pela compra de energia elétrica de qualquer concessionário, permissionário ou autorizado de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Para iniciar o processo de migração para o mercado livre, o consumidor precisa notificar a distribuidora local com pelo menos 6 meses de antecedência em relação ao vencimento do contrato anual de prestação de serviços.

Vantagens de migrar para o mercado livre de energia

O mercado livre de energia oferece várias vantagens em relação ao mercado regulado. Entre eles está a possibilidade de acessar menores preços na tarifa, já que existe a livre negociação entre as partes. A redução de custos pode variar entre 30 e 40%.

Além disso, os consumidores têm a liberdade de escolher seu fornecedor de energia elétrica e com o preço da energia pré-determinado, é possível fazer uma melhor gestão dos custos desse insumo.

Outra vantagem, é que no momento da contratação de energia, o consumidor tem a opção de escolher a quantidade de energia adequada ao seu perfil de consumo e à sazonalidade de seu processo produtivo e optar por fazer aquisição de energia de fontes renováveis, que ainda possibilitam redução nos preços nas tarifas de transmissão junto à concessionária.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.