Indústria mostra leve reação com avanço de 0,1% em outubro

Setor industrial registra pequeno crescimento em outubro e interrompe a queda do mês anterior, segundo dados do IBGE.

Fonte: CenárioMT

Indústria mostra leve reação com avanço de 0,1% em outubro
Indústria mostra leve reação com avanço de 0,1% em outubro - Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

A produção industrial brasileira avançou 0,1% em outubro na comparação com setembro, impulsionada principalmente pela extração de petróleo, minério de ferro e gás natural. O resultado reverte a queda de 0,4% registrada no mês anterior.

Com a nova alta, o setor acumula crescimento de 0,9% no período de 12 meses, embora o ritmo tenha desacelerado para o menor nível desde março de 2024. Frente a outubro do ano passado, houve recuo de 0,5%, enquanto a média móvel trimestral subiu 0,1%.

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O desempenho coloca a produção nacional 2,4% acima do nível pré-pandemia e ainda 14,8% abaixo do pico histórico de 2011.

Atividades em destaque

O levantamento aponta expansão em 12 das 25 atividades pesquisadas entre setembro e outubro. Avanços relevantes ocorreram em:

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  • indústrias extrativas: 3,6%
  • produtos alimentícios: 0,9%
  • veículos automotores, reboques e carrocerias: 2%
  • produtos químicos: 1,3%
  • equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos: 4,1%
  • vestuário e acessórios: 3,8%

Segundo o IBGE, o maior impulso veio da produção extrativa, favorecida pelo aumento na extração de petróleo, minério de ferro e gás natural.

Entre os resultados negativos apareceram quedas em:

  • produtos farmoquímicos e farmacêuticos: -10,8%
  • derivados do petróleo e biocombustíveis: -3,9%
  • impressão e reprodução de gravações: -28,6%
  • produtos do fumo: -19,5%

Impacto dos juros altos

A política monetária restritiva segue como um dos principais obstáculos ao avanço mais robusto da indústria. O IBGE destaca que o juro elevado encarece o crédito e limita o desempenho econômico, apesar do mercado de trabalho apresentar melhora contínua e crescimento da renda.

A taxa básica permanece em 15% ao ano, acima do teto da meta de inflação desde setembro de 2024, o que freia a demanda e restringe a atividade produtiva.

Efeitos do tarifaço

Alguns segmentos relataram ao IBGE impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, em vigor desde agosto. A queda de produção foi mais evidente em madeira, além de calçados, minerais não metálicos e máquinas e equipamentos.

O instituto ressalta, porém, que o peso dos juros altos ainda é mais significativo do que as tarifas sobre o desempenho industrial.

Negociações em andamento

Desde a adoção das sobretaxas, Brasil e Estados Unidos mantêm negociações para aliviar os efeitos sobre as exportações. Parte das tarifas foi retirada recentemente, mas cerca de 22% dos produtos enviados ao mercado norte-americano continuam submetidos às cobranças adicionais.

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