Após meses de crescimento e de recorde histórico, o número de inadimplentes no país teve uma pequena queda em junho de 2024.
O Indicador realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (41,28%) estavam negativados em junho de 2024, o que representa 67,98 milhões de consumidores.
Em comparação com junho de 2023, o percentual de inadimplentes do Brasil teve crescimento de 0,53% em maio de 2024. Na passagem de abril para maio, o número de devedores caiu ‐0,43%.
A partir dos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em junho deste ano ficou acima da observada no mês anterior.
“A queda observada no mês de junho pode ser um reflexo da restrição de negativação das pessoas afetadas pela tragédia no RS. O indicador deve refletir essa medida nos próximos meses. O fim do ciclo de queda dos juros deve também impactar, dado que o custo do crédito se eleva, por isso é importante que o consumidor evite grandes dívidas e priorize manter o orçamento em dia”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 1 a 3 anos (11,99%).
O número de devedores com participação mais expressiva em junho está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,72%). De acordo com a estimativa, são 16,79 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, ou seja, metade (49,37%) dos brasileiros desse grupo etário estão negativados.
A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,12% mulheres e 48,88% homens.
Em junho de 2024, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.476,42 na soma de todas as dívidas. Além disso, cada inadimplente devia, em média, para 2,11 empresas credoras, considerando todas essas dívidas.
Os dados ainda mostram que quase três em cada dez consumidores (30,66%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 44,55% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.
Em junho de 2024, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 2,20% em relação ao mesmo período de 2023.
O dado observado em junho deste ano ficou acima da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de maio para junho, o número de dívidas apresentou recuo de ‐0,06%.
Abrindo a evolução do número de dívidas por setor credor, destacou‐se a evolução das dívidas com o setor de Bancos com crescimento de 3,34%.
Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comércio (‐4,85%), Água e Luz (‐4,26%) e Comunicação (‐0,59%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.
“O indicador mostra que tivemos um crescimento no número de dívidas em comparação com o ano passado. Destacamos que um mesmo CPF pode ter mais de uma dívida, então muitas vezes o consumidor negocia uma conta atrasada, mas continua com outras restrições. O cenário da inadimplência é preocupante e necessita tanto de apoio do poder público, quanto de um uso do crédito mais consciente por parte da população”, aponta o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.
Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 64,77% do total. Na sequência, aparece Comércio (10,63%), o setor de Água e Luz com 10,60% e Outros com 7,68% do total de dívidas.
Na abertura por região em relação ao número de dívidas, a maior alta veio da região Centro‐Oeste (3,57%), seguida pelo Nordeste (3,07%), Sudeste (2,49%) e Norte (0,60%). Por outro lado, o Sul (‐6,33%) mostrou queda no número de dívidas na comparação anual.
Em termos regionais, o maior percentual de inadimplentes está na região Norte, onde 45,22% da população adulta está incluída em cadastros de devedores. Por outro lado, na região Sul, a proporção de negativados equivale a 36,24% da população adulta.