O Indicador de Inadimplência, realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), aponta que 40,91% dos brasileiros adultos estavam negativados em setembro de 2024, representando 67,54 milhões de consumidores. Em comparação com o mesmo período de 2023, houve uma leve queda de 0,32% no índice de inadimplentes, mas de agosto para setembro de 2024, o número de devedores cresceu 0,47%.
O levantamento revela que o setor bancário continua sendo o principal responsável pelo endividamento das famílias, enquanto as dívidas com serviços essenciais, como água, luz, comércio e comunicação, apresentaram queda. José César da Costa, presidente da CNDL, destacou que a priorização das contas essenciais, aliada à dificuldade de quitação de dívidas bancárias, pode resultar em uma recuperação econômica lenta. Ele também enfatizou a necessidade de educação financeira e políticas de crédito mais acessíveis para enfrentar essa realidade.
Perfil dos inadimplentes
Entre os inadimplentes, a faixa etária com maior participação é a de 30 a 39 anos, representando 23,70% do total, com cerca de 16,69 milhões de pessoas negativadas. Metade dos brasileiros nessa faixa etária está com o nome sujo. Além disso, a inadimplência entre homens e mulheres está equilibrada, com 51,19% dos devedores sendo mulheres e 48,81% homens.
O valor médio das dívidas dos negativados é de R$ 4.386,62, e cada inadimplente tem, em média, dívidas com 2,11 empresas credoras. O estudo também mostra que 44,98% dos devedores possuem dívidas de até R$ 1.000.
Crescimento das dívidas no setor bancário
O número de dívidas em atraso cresceu 0,20% em relação a setembro de 2023, com destaque para o setor bancário, que registrou um aumento de 2,17% no número de dívidas. Por outro lado, setores como Água e Luz (-11,24%), Comércio (-6,06%) e Comunicação (-5,27%) apresentaram quedas significativas.
Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil, destacou que o endividamento no setor bancário, especialmente com cartões de crédito e empréstimos pessoais, reflete o impacto dos juros elevados e a dependência dos brasileiros do crédito bancário. Ele alertou para os desafios que os consumidores enfrentam para regularizar suas pendências, devido ao custo elevado desses tipos de dívida.
Dívidas por região
A maior alta no número de dívidas foi registrada na região Centro-Oeste, com um aumento de 3,23%, seguida pelo Nordeste, com 0,42%. Em contraste, as regiões Sul (-3,78%), Sudeste (-0,99%) e Norte (-0,84%) tiveram queda no número de inadimplentes. A região Centro-Oeste também apresenta o maior percentual de negativados, com 43,74% da população adulta incluída em cadastros de devedores, enquanto a região Sul tem o menor percentual, com 36,37%.