À medida que o Pix, sistema de pagamento instantâneo, se torna cada vez mais popular no Brasil, os relatos de golpes relacionados a ele também aumentam. Um desses golpes, que ganhou destaque recentemente, é o golpe do Pix errado. A Agência Brasil preparou uma reportagem para explicar essa artimanha dos criminosos e fornecer dicas de proteção.
Na última sexta-feira (5), o Pix bateu um recorde de transações, com 224 milhões de transferências realizadas, segundo o Banco Central (BC). Nesse contexto de grande volume de operações, os golpistas se aproveitam da possibilidade de algumas transações serem feitas por engano.
Os criminosos iniciam o golpe fazendo uma transferência para a conta da vítima em potencial. Utilizando informações de chaves Pix, como números de telefone, eles conseguem realizar essa transferência. Em seguida, entram em contato com a vítima por telefone ou mensagem, afirmando que a transferência foi feita por engano e solicitam a devolução do dinheiro para uma conta diferente da que realizou a transferência inicial.
Um dos principais fatores que leva a vítima a cair no golpe é a verificação de que o dinheiro realmente foi depositado em sua conta, o que a faz acreditar na história do golpista. Uma vez convencida, a vítima faz um Pix para a conta indicada, completando o golpe.
Os golpistas utilizam o Mecanismo Especial de Devolução (Med), criado para coibir fraudes e facilitar a devolução de valores. Eles acionam o Med, alegando que foram enganados pela vítima, que acaba tendo o valor retirado de sua conta por meio de uma ordem de devolução, resultando em um duplo prejuízo.
O Banco Central orienta que, em caso de receber um Pix por engano, basta acessar a transação no aplicativo do banco e utilizar a opção “devolver”. Essa ferramenta estorna o valor para a conta que originou o Pix, desconfigurando uma tentativa de fraude.
Mecanismo de devolução no golpe do Pix errado
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou em junho melhorias no Mecanismo Especial de Devolução. O Med 2.0, que será desenvolvido ao longo de 2024 e 2025 e implementado em 2026, permitirá o rastreamento e bloqueio de recursos em várias camadas, dificultando a ação dos criminosos que espalham o dinheiro em múltiplas contas rapidamente.