Após a desaceleração da inflação nos últimos meses, a caderneta de poupança superou em junho a marca de 5% de rendimento real acima da inflação, o maior nível em seis anos. Segundo levantamento realizado pelo TradeMap, o tradicional investimento registrou 5,22% nos últimos 12 meses até junho de 2023.
Os resultados positivos têm sido observados desde setembro do ano passado. O cenário se deve, em parte, à desaceleração dos preços, especialmente após a redução dos impostos incidentes sobre os combustíveis.
Foi em setembro do ano passado que a caderneta de poupança registrou seu primeiro retorno positivo em 12 meses, com um ganho de 0,02%. Desde então, os retornos têm apresentado uma tendência ascendente de forma progressiva.
Em maio, por exemplo, os investidores que mantiveram seu dinheiro na poupança obtiveram um retorno de 4,40% em 12 meses, o que aumentou para 5,22% no mês de junho.
A caderneta de poupança tem registrado recordes de retirada nos últimos meses. O movimento ocorre em meio a um cenário de juros elevados, o que reduz a competitividade da poupança frente a outros investimentos.
Com a alta da taxa básica de juros, a Selic, a aplicação tem perdido recursos. Em 2023, ainda não foi registrado nenhum resultado positivo, e a poupança acumulada sofreu uma perda de R$ 69,2 bilhões.
A aplicação encerrou o ano passado no vermelho, com mais saques que depósitos, e saldo devedor recorde de R$ 103,23 bilhões, no segundo ano seguido de perdas. Foi a pior captação negativa da série histórica; antes disso, a maior perda anual da poupança, de R$ 53,6 bilhões, havia ocorrido em 2015.
Atualmente, com a taxa Selic a 13,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR) mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês. Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita com a TR mais 70% da taxa básica de juros.