Dona da Havaianas se recupera após boicote e cresce R$ 338 milhões na Bolsa

Alpargatas, dona da Havaianas, registra forte recuperação na Bolsa após boicote nas redes sociais e amplia valor de mercado em R$ 338 milhões.

Fonte: CenárioMT

A Alpargatas S.A., controladora da marca Havaianas, apresentou forte recuperação no mercado financeiro nesta terça-feira (23), um dia após ser alvo de um boicote promovido por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A valorização das ações resultou em um aumento de aproximadamente R$ 338 milhões no valor de mercado da companhia.

Ao longo do pregão, os papéis da empresa passaram a operar em alta consistente. Por volta das 17h, as ações ordinárias (ALPA3) avançavam 5,65%, sendo negociadas a R$ 10,65. Já as ações preferenciais (ALPA4) registravam valorização de 3,4%, cotadas a R$ 11,84.

Com o desempenho positivo, o valor de mercado da Alpargatas alcançou cerca de R$ 7,683 bilhões, revertendo parte das perdas registradas no dia anterior.

Entenda a origem do boicote

O movimento de boicote ganhou força nas redes sociais após a veiculação de uma propaganda da Havaianas estrelada pela atriz Fernanda Torres. No comercial, a artista afirma que não deseja que as pessoas “comecem o ano com o pé direito”, mas sim com “os dois pés”. A mensagem foi interpretada por grupos bolsonaristas como uma provocação política associada à esquerda.

Desde então, vídeos de consumidores rasgando, descartando e até queimando pares de chinelos da marca passaram a circular nas redes sociais. O boicote recebeu apoio público de figuras políticas do campo conservador, entre elas o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente.

Reação do mercado

Na segunda-feira (22), quando o boicote começou a ganhar maior repercussão, a Alpargatas chegou a perder cerca de R$ 161 milhões em valor de mercado. Naquele dia, por volta das 15h20, as ações ordinárias caíam 1,17%, negociadas a R$ 10,13, enquanto os papéis preferenciais recuavam 2,13%, cotados a R$ 11,38.

Apesar do ruído nas redes sociais, investidores reagiram de forma positiva ao avaliar que o episódio não compromete os fundamentos da empresa. Analistas apontam que a Havaianas possui forte reconhecimento de marca, ampla distribuição e presença consolidada no mercado internacional, fatores que reduzem impactos de curto prazo provocados por movimentos pontuais de boicote.

Efeito tende a ser pontual

No mercado financeiro, a leitura predominante é de que manifestações políticas e boicotes digitais costumam gerar volatilidade momentânea, sem efeito estrutural no desempenho das companhias. A rápida recuperação da Alpargatas reforça essa percepção.

Até o momento, a empresa não se manifestou oficialmente sobre o boicote, mantendo o foco em suas operações e na estratégia de expansão global da marca Havaianas.



 

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Rodrigo Lampugnani, formado em Ciência da Computação, é fundador do CenárioMT. Inovador no jornalismo digital. Rodrigo Lampugnani é especializado em notícias do Agro, futebol, astrologia e cobertura regional de Mato Grosso. Produz análises esportivas, horóscopos diários e reportagens locais com foco no desenvolvimento do Estado.