O déficit das contas externas do Brasil alcançou US$ 5,121 bilhões em outubro, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O resultado representa melhora frente ao mesmo mês de 2024, quando o saldo negativo foi de US$ 7,387 bilhões nas transações correntes.
A diferença anual é explicada pela expansão de US$ 3 bilhões no superávit comercial, apesar do avanço de US$ 838 milhões no déficit em renda primária, que reúne pagamentos de juros, lucros e dividendos. As contas de serviços e renda secundária permaneceram estáveis.
No acumulado de 12 meses até outubro, o déficit em transações correntes somou US$ 76,727 bilhões, equivalente a 3,48% do PIB, acima dos US$ 57,341 bilhões registrados no período encerrado em outubro de 2024. O BC avalia que, mesmo com a reversão da tendência de queda iniciada em março de 2024, o cenário das contas externas permanece robusto e financiado por capitais de longo prazo, sobretudo investimentos diretos.
Balança comercial e serviços
As exportações somaram US$ 32,111 bilhões em outubro, alta de 8,9% na comparação anual, enquanto as importações caíram 1,3%, totalizando US$ 25,941 bilhões. Com isso, o superávit comercial atingiu US$ 6,170 bilhões, superior aos US$ 3,189 bilhões de outubro de 2024.
O déficit em serviços chegou a US$ 4,372 bilhões, ligeiramente abaixo do registrado um ano antes. Houve avanço expressivo nas despesas líquidas com telecomunicação, computação e informações, que cresceram 142% e somaram US$ 591 milhões, além do aumento de 35,6% em serviços de propriedade intelectual, que atingiram US$ 995 milhões. Já as despesas em transportes recuaram 18,5%, totalizando US$ 1,3 bilhão.
Na conta de viagens internacionais, o déficit subiu 14,5% e fechou em US$ 1,343 bilhão, reflexo da queda de 3,8% nas receitas e do aumento de 8,3% nas despesas de brasileiros no exterior.
Rendas
O déficit em renda primária atingiu US$ 7,429 bilhões em outubro, avanço de 12,7% sobre 2024, mantendo a característica estrutural de saldo negativo. A renda secundária teve superávit de US$ 510 milhões, acima dos US$ 430 milhões do ano anterior.
Financiamento
Os investimentos diretos no país somaram US$ 10,937 bilhões em outubro, volume superior aos US$ 6,698 bilhões de 2024. Em 12 meses, o IDP acumulou US$ 80,081 bilhões, representando 3,63% do PIB.
No mercado doméstico, os investimentos em carteira registraram entrada líquida de US$ 3,213 bilhões no mês, com aportes em títulos da dívida e em ações e fundos. Em 12 meses, os ingressos líquidos somaram US$ 6,3 bilhões.
As reservas internacionais encerraram outubro em US$ 357,103 bilhões, alta de US$ 521 milhões frente ao mês anterior.






















