Crise no varejo: milhares de lojas fecham e 35 mil demissões são esperadas

Fonte: CENÁRIOMT

Carrinho de compras, varejo brasileiro - Fotos do Canva
Carrinho de compras, varejo brasileiro - Fotos do Canva

O varejo brasileiro vive uma crise profunda, com o fechamento de mais de 750 lojas e a previsão de 35 mil demissões em grandes redes como Casas Bahia, Americanas, Dia, Carrefour e Marisa.

Casas Bahia:

No quarto trimestre, o grupo Casas Bahia, anteriormente conhecido como Via, reportou um prejuízo de R$ 1 bilhão, representando um aumento de 513,5% em relação às perdas registradas no mesmo período de 2022. Este foi o sexto trimestre consecutivo em que a varejista teve um resultado líquido negativo. A última vez que obteve lucro foi no segundo trimestre de 2022, totalizando R$ 16 milhões. No acumulado do ano de 2023, o prejuízo alcançou a marca de R$ 2,62 bilhões, comparado a uma perda de R$ 342 milhões no ano anterior.

  • Prejuízo de R$ 1 bilhão em 2023.
  • Fechamento de 55 lojas em 2023, sendo 17 no 4º trimestre.
  • Demissão de 8,6 mil funcionários entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, com 2,6 mil no 4º trimestre.
  • Redução de 42% nos cargos de alta liderança.
  • Fechamento de lojas deficitárias ou com margens negativas.
  • Redução de 18% nas despesas com pessoal no 4º trimestre de 2023.

Americanas:

A Americanas, um dos casos mais notórios, continua seu processo de fechamento de lojas e demissões de funcionários. Desde janeiro de 2023, quando foi revelada a fraude contábil de R$ 25,2 bilhões, a empresa está em recuperação judicial. Segundo dados divulgados pela própria companhia na quinta-feira, 21, já foram fechadas 152 lojas. No período entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2024, a Americanas demitiu 10.435 funcionários.

  • Em recuperação judicial desde janeiro de 2023 após fraude contábil de R$ 25,2 bilhões.
  • Fechamento de 152 lojas.
  • Redução de 13.875 funcionários entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024.
  • Demissão total de 7.175 funcionários no período de crise.

Rede Dia:

Após solicitar recuperação judicial, a rede de supermercados Dia anunciou o encerramento de unidades nas áreas de Sorocaba e Jundiaí (SP). A dívida da empresa espanhola é estimada em mais de R$ 1 bilhão, com R$ 268 milhões referentes exclusivamente a dívidas bancárias. Conforme comunicado pela empresa, oito unidades em Sorocaba e quatro em Jundiaí serão fechadas. Em âmbito nacional, o total de lojas fechadas chega a 343.

  • Em recuperação judicial desde 26 de março de 2024.
  • Fechamento de 343 lojas, restando apenas 244 em São Paulo.
  • Redução de 3.500 funcionários, restando 2 mil após a reestruturação.

Carrefour:

O Carrefour anunciou em fevereiro o fechamento de 123 estabelecimentos, incluindo 16 hipermercados, 94 lojas da rede Todo Dia e 13 das marcas Nacional e Bom Preço. Embora o número de demissões não tenha sido divulgado oficialmente, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), estima-se que até 12,5 mil pessoas possam ser afetadas pelos cortes.

  • Prejuízo de R$ 565 milhões no 4º trimestre de 2023.
  • Fechamento de 123 lojas, sendo 16 hipermercados, 94 lojas Todo Dia e 13 das marcas Nacional e Bom Preço.
  • Previsão de 12,5 mil demissões, segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).

Marisa:

Na semana passada, a Marisa, em um comunicado relevante divulgado ao mercado junto com uma prévia do balanço, confirmou o fechamento de 91 lojas em 2023. Com base em dados da SBVC, estima-se que até 2,4 mil funcionários possam ser demitidos nesse processo.

  • Adiamento da divulgação das demonstrações financeiras anuais para 1º de abril de 2024.
  • Fechamento de 91 lojas em 2023.
  • Previsão de 2,4 mil demissões, segundo a SBVC.

O varejo brasileiro vive um momento de profunda crise, com o fechamento de milhares de lojas e a previsão de demissões em massa. As empresas do setor enfrentam uma série de desafios, como a pandemia, a inflação, a restrição ao crédito e o crescimento do atacarejo.

Para sobreviver, as empresas do varejo precisam se reinventar e se adaptar às novas necessidades dos consumidores. Investir em tecnologia, e-commerce e nichos específicos de mercado são algumas das alternativas para superar a crise.

A crise no varejo é um reflexo da situação econômica do país e terá um impacto significativo na sociedade. A perda de milhares de empregos e as dificuldades das empresas para se manterem competitivas podem gerar um cenário ainda mais desafiador para a economia brasileira.

É necessário que o governo e as empresas do setor busquem soluções conjuntas para superar a crise. O futuro do varejo dependerá da capacidade de adaptação e reinvenção das empresas, da recuperação da economia brasileira e da criação de um ambiente de negócios mais favorável.

A crise no varejo é um momento de reflexão e de busca por novas soluções. É preciso repensar o modelo tradicional de varejo e encontrar formas inovadoras de atender às necessidades dos consumidores. O futuro do setor dependerá da capacidade de adaptação e da criatividade das empresas.

A crise também é uma oportunidade para o surgimento de novos players no mercado. Empresas que ofereçam soluções inovadoras e personalizadas para os consumidores podem ter sucesso neste novo cenário.

O futuro do varejo ainda é incerto, mas a necessidade de reinvenção é urgente. As empresas que se adaptarem às novas realidades do mercado e oferecerem aos consumidores experiências únicas e personalizadas serão as que prosperarão.

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