O Tesouro Nacional rejeitou a operação de crédito de R$ 20 bilhões destinada aos Correios ao considerar abusiva a taxa exigida pelo grupo de instituições financeiras.
A proposta, aprovada pelo conselho da estatal no último sábado, previa coordenação de cinco bancos, que solicitaram juros de 136% do CDI, acima do limite de 120% permitido para operações com garantia da União em prazo de dez anos.
A decisão foi comunicada ao presidente da empresa, Emmanoel Rondon, em reunião no Ministério da Fazenda. Sem o aval, o Tesouro não poderá oferecer garantias federais para cobrir eventual inadimplência, o que reduziria praticamente todo o risco para os bancos.
Com o veto, a estatal e as instituições poderão renegociar a taxa para até 120% do CDI. Outra alternativa é aguardar um aporte direto do Tesouro para reduzir parte do prejuízo acumulado, que alcançou R$ 6,05 bilhões entre janeiro e setembro.
O CDI, taxa usada nos empréstimos interbancários, fica levemente abaixo da Selic. Com a Selic em 15% ao ano, os 136% do CDI equivaleriam a cerca de 20% anuais, enquanto uma taxa de 120% representaria algo próximo de 18% ao ano.
Negociações
Em comunicado interno, os Correios confirmaram o veto e informaram que seguem trabalhando pelo reequilíbrio financeiro em articulação com diversos ministérios.
A Diretoria Executiva afirmou atuar na avaliação de alternativas para reforçar a liquidez imediata e assegurar o andamento das iniciativas voltadas à recuperação da companhia.
Reestruturação
Desde outubro, a estatal busca uma linha de crédito de R$ 20 bilhões para avançar no processo de reestruturação. Em troca dos recursos, deverá cumprir medidas voltadas à sustentabilidade financeira e à modernização dos serviços.
O plano, apresentado em novembro, inclui um programa de demissão voluntária, o fechamento de mil agências e a venda de R$ 1,5 bilhão em imóveis. Os recursos também seriam destinados ao pagamento de dívidas, à quitação de débitos com fornecedores e à modernização do serviço de encomendas.





















