A evolução da pandemia do coronavírus no Brasil condicionará os números macroeconômicos do país em 2020. Segundo estimativas recentemente publicadas, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cairá mais de 9% este ano. Estas previsões foram feitas sem ter em conta os efeitos do aumento dos casos nas últimas semanas, razão pela qual as perspectivas econômicas não serem positivas.
Entretanto, o comportamento instável e volátil dos mercados de ações em outros países, ou o desempenho do mercado Forex Brasil, pode encorajar os investidores a assumir alguns riscos e buscar benefícios inesperados. Mas isso não significa que as perspectivas futuras sejam positivas para as empresas, os consumidores ou os investidores brasileiros. Aliás, a volatilidade e instabilidade dos mercados financeiros podem constituir uma ameaça para os investidores com posições alavancadas. Por isso, é preciso ter em conta os riscos associados à atual situação criada pela pandemia.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou sua estimativa sobre a evolução da economia brasileira após a pandemia. Inicialmente, havia anunciado que o PIB do Brasil cairia 5,3%, mas o valor atualizado é de 9,1% e não se pode descartar que a queda seja ainda maior. Tudo dependerá da evolução da pandemia nos próximos meses, mas o aumento de contagiados não é um bom indicador.
Queda dos investimentos
Uma das maiores preocupações para a economia brasileira é o possível declínio dos investimentos no país. Esta previsão negativa se baseia nos dados do Indicador de Incerteza da Economia, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Em junho, o índice registrou um valor de 173,6 pontos, um valor muito alto em comparação com outros registros históricos. Como referência, em setembro de 2015 atingiu 136,8 pontos e foi aí que o país perdeu seu grau de investimento.
Portanto, os números de junho —um pouco mais positivos comparativamente a maio— fazem prever uma queda significativa dos investimentos no Brasil. Se confirmada, esta seria uma má notícia que ajudaria a piorar os dados macroeconômicos do Brasil em 2020. Mas as razões para este comportamento mais cauteloso dos investidores são óbvias: a falta de certeza e garantias, a instabilidade e o medo de que a pandemia continue em 2021.
Além disso, o coronavírus está afetando negativamente muitas empresas que agora estão endividadas. Algumas não serão capazes de sobreviver a esta crise e isto piorará o panorama geral da economia brasileira. A evolução da pandemia determinará o quanto a crise sanitária afetará os investimentos e, portanto, o quão profunda será a crise econômica no Brasil.
A maior contração econômica na história do Brasil?
Se as previsões do Fundo Monetário Internacional e de outros órgãos independentes forem confirmadas, 2020 poderá ser o pior ano para a economia brasileira na história moderna. Mas há sempre uma pequena esperança de recuperação para os investidores. Especialmente, olhando para a Europa —que já ultrapassou o pico da pandemia—: os indicadores econômicos e de confiança dos consumidores na Alemanha, a primeira economia europeia, são melhores do que os analistas esperavam.
Portanto, será importante saber quando o Brasil deixará para trás a fase mais agressiva do coronavírus e a economia poderá voltar a funcionar normalmente. Ou com a “nova normalidade” de que se fala em todo o mundo. Dessa forma, a contração do PIB brasileiro poderia ser menor do que as estimativas do FMI. Se a previsão atualizada de 9% negativa se concretizar, seria a maior crise econômica da história moderna do Brasil.
Com base nesta perspectiva negativa, os investidores estão procurando alternativas que lhes permitam obter lucros em um mercado volátil e imprevisível. Não está claro que antes do final de 2020 a situação econômica global se terá estabilizado. Portanto, muitos procurarão adaptar-se à nova realidade, assumindo os riscos que ela implica. Outros, no entanto, preferirão esperar. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), desde o início da pandemia, os investimentos caíram 8,6% desde janeiro. Em comparação com os últimos doze meses, a queda é de 2,8%.
A grande questão agora é se uma vacina ou tratamento eficaz contra o coronavírus pode ser encontrado e distribuído nos próximos meses. Se assim fosse, as previsões econômicas poderiam tornar-se obsoletas e a realidade seria muito mais positiva do que o esperado. Entretanto, tudo dependerá da rapidez da pesquisa científica e da eficácia da contenção de novos surtos e infecções.