O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, em 10,5% ao ano. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (31), reflete a preocupação do Banco Central com a inflação e as incertezas do cenário econômico global e doméstico.
Após um ciclo de cortes iniciado em agosto de 2023, o Copom interrompeu a redução dos juros em junho deste ano e, agora, mantém a taxa inalterada pela segunda reunião consecutiva. A decisão de manter a Selic em 10,5% busca consolidar o processo de desinflação e ancorar as expectativas de inflação em torno da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2024, que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O Copom justificou a decisão de manter a taxa Selic inalterada, citando o cenário global incerto e a resiliência da atividade econômica doméstica, que tem apresentado crescimento maior do que o esperado. Além disso, o comitê destacou a elevação das projeções de inflação e o risco de as expectativas de inflação se desancorarem da meta.
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tem se mostrado mais resistente do que o esperado. Em junho, o IPCA registrou alta de 0,21%, acumulando 2,48% no ano e 4,23% nos últimos 12 meses, acima da meta estabelecida pelo CMN. As projeções do Banco Central e do mercado financeiro indicam que a inflação deve fechar o ano em torno de 4%.
O Copom sinalizou que manterá uma postura vigilante e que futuros ajustes na taxa de juros dependerão da evolução da inflação e das expectativas de inflação. O comitê reafirmou seu compromisso com a convergência da inflação para a meta.
A manutenção da taxa Selic em 10,5% deve continuar impactando a economia brasileira. Os juros elevados tendem a encarecer o crédito e a desacelerar a atividade econômica, com o objetivo de controlar a inflação. Por outro lado, a taxa de juros mais elevada pode atrair investimentos estrangeiros para o país.