O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia nesta terça-feira, 11 de dezembro de 2024, sua última reunião sob a liderança do presidente Roberto Campos Neto. A alta do dólar e o aumento nos preços dos alimentos são fatores que pressionam a decisão do BC sobre o próximo ajuste na taxa Selic, com expectativa de um aumento de 0,75 ponto percentual, alcançando 12% ao ano.
Contexto Econômico e Decisões Anteriores
De acordo com o último boletim Focus, a elevação prevista reflete as incertezas tanto no cenário internacional, com a política monetária dos EUA, quanto no doméstico, onde o Copom destaca a necessidade de ajustes nos gastos públicos. Após um período de cortes na taxa Selic, iniciado em agosto do ano passado, o ciclo de alta foi retomado em julho de 2024, com aumentos graduais desde então.
Inflação e Perspectivas para 2024
O Copom alertou, na ata da última reunião, sobre o prolongamento do ciclo de alta da taxa de juros, considerando o cenário de inflação projetada para 2024 acima do teto da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN). O boletim Focus estima uma inflação de 4,84% para o próximo ano, contra uma meta de 3% com intervalo de tolerância de até 4,5%.
Função da Taxa Selic
A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Um aumento na Selic visa conter o consumo aquecido ao encarecer o crédito e estimular a poupança, enquanto uma redução busca fomentar a economia por meio de crédito mais acessível e maior estímulo ao consumo e à produção. A taxa também serve como referência para as demais taxas de juros na economia brasileira.
Próximas Metas e Relatório de Inflação
Para 2024, a meta de inflação estabelecida pelo CMN é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O último relatório de inflação, divulgado em setembro, estimou o IPCA em 4,31%, antes dos efeitos da alta do dólar e da seca. Um novo relatório será apresentado no final de dezembro, trazendo atualizações sobre as projeções.
Impacto para a Economia
O aumento da Selic pode ajudar a estabilizar os preços, mas também traz desafios para a economia, dificultando o crescimento e elevando os custos de financiamento. Com a decisão prevista para ser anunciada nesta quarta-feira (12), o Copom busca equilibrar o controle inflacionário e o estímulo econômico em um cenário desafiador.