A cesta básica de Cuiabá atingiu preço médio de R$ 706,87 em setembro e já equivale a mais de 63% do salário mínimo líquido. Com mais uma evolução, o preço médios dos alimentos na Capital é o segundo mais caro do Centro-Oeste, atrás apenas de Campo Grande.
Na comparação anual, com o mesmo mês do ano passado, há incremento de 13% sobre a média de R$ 627,81 contabilizada em igual momento do ano passado, conforme levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Mesmo que na evolução mensal – ante agosto/22 R$ 705,91 – haja retração de 0,14%, o valor despedido pelo cuiabano para aquisição de alimentos básicos ainda representa mais da metade do salário mínimo líquido – descontado 7,5% da Previdência Social – que fica em R$ 1.121. Frente a esse valor, a cesta básica representa, na Capital, quase 63% do piso nacional.
Com mais essa alta, o conjunto de alimentos de Cuiabá exibe o 6º maior valor entre as capitais brasileiras, considerando análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Estão a frente de Cuiabá, São PauloR$ 750,74, Florianópolis R$ 746,55. Porto Alegre R$ 743,94, Rio de JaneiroR$ 714,14 e Campo GrandeR$ 711,09.
Desde janeiro de 2016, o Diesse suspendeu a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos na capital mato-grossense, avaliação mensal que vem sendo realizada pelo Imea, que adota a mesma metodologia do Departamento e por isso é possível inserir Cuiabá no contexto nacional. No entanto, o Imeaalterou a forma de divulgação dos preços da cesta básica há mais de um ano e por isso não é possível saber quais alimentos contribuíram para o avanço anual do preço.
O conjunto de alimentos é formado por 13 itens básicos que são suficientes para alimentação de quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, por 30 dias.
DIESSE – O valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 12 das 17 capitais onde o Dieese realizamensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre agosto e setembro,as reduções mais importantes ocorreram nas capitais do Norte e Nordeste: Aracaju(-3,87%), Recife (-3,03%), Salvador (-2,88%) e Belém (-1,95%). Os aumentos foramregistrados em Belo Horizonte (1,88%), Campo Grande (1,83%), Natal (0,14%), SãoPaulo (0,13%) e Florianópolis (0,05%).São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maiorcusto (R$ 750,74).
A comparação dos valores da cesta, entre setembro de 2022 e setembro de 2021,mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre8,41%, em Vitória, e 18,51%, em Recife.
Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de São Paulo, e levando emconsideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve sersuficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação,moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieeseestima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em setembro de 2022, osalário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveriater sido de R$ 6.306,97, ou 5,20 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.