A Confederação Nacional do Comércio (CNC) calcula que os bloqueios podem ter provocado perdas diárias de quase R$ 2 bilhões só no comércio – e os prejuízos se espalharam por todo o Brasil.
A Ceasa, em Porto Alegre, não conseguiu receber 90% das cargas que vinham de outros estados. Em algumas cidades gaúchas, já faltam produtos como tomate, cebola, batata e frutas.
Em Santa Catarina, produtores tiveram que jogar fora 18 toneladas de mandioquinha que seriam levadas para São Paulo.
No setor de suínos e de aves, o governo catarinense estima um prejuízo de R$ 36 milhões por dia.
Além do desabastecimento de alimentos, os bloqueios provocaram falta combustível, em vários estados. Em Ji-Paraná, cidade no interior de Rondônia, quase todos os postos estão fechados, sem estoque.
Em outro município, as ambulâncias só têm a gasolina do tanque. Pelo menos 10 pacientes que fazem hemodiálise correm risco de não conseguir viajar se a situação não se normalizar.
Sem poder passar pelas estradas, muitos passageiros e funcionários de companhias aéreas não conseguiram chegar aos aeroportos. O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) diz que o setor passou por uma situação muito grave.
“Os impactos são enormes, imagine, por exemplo, só em Guarulhos, na primeira noite de bloqueio, mais de 500 passageiros e diversas tripulações não conseguiram chegar ao aeroporto. Isso acabou cancelando 25 voos só neste aeroporto”, conta Eduardo Sanovicz.