O Banco do Brasil (BB) informou nesta sexta-feira (21) que renegociou R$ 1 bilhão em dívidas na primeira semana do Desenrola, lançado pelo governo federal, incluindo operações dentro e fora do programa. Ao todo, 75 mil clientes renegociaram dívidas com a sociedade de economia mista controlada pelo governo federal. A primeira fase da iniciativa contempla dívidas bancárias.
Pessoas físicas que têm dívidas de até R$ 100 com bancos ficam automaticamente com o nome limpo nas instituições. Assim, os beneficiados podem voltar a ter crédito ou fazer contrato de aluguel se não constarem outras restrições. O não pagamento de parcelas renegociadas, no entanto, leva a uma nova negativação.
O programa Desenrola, que estará vigente até 31 de dezembro de 2023, tem duas faixas de beneficiados e começou pela faixa 2, destinada a pessoas físicas com renda acima de dois salários míninos (R$ 2.640) até R$ 20 mil e dívidas com banco sem limite de valor. Nessa fase, as instituições financeiras oferecem a possibilidade de renegociação diretamente em seus canais com os clientes, e as condições mudam de um banco para outro. Pela iniciativa, já foram renegociados R$ 255 milhões pelo Banco do Brasil.
O BB relatou que ampliou o alcance da medida para demais públicos inadimplentes, incluindo pequenas e microempresas. Dessa forma, de 17 a 21 de julho, cerca de 75,8 mil clientes tiveram acesso a condições especiais para a renegociação de dívidas, não só por meio do programa do governo federal.
Outros 35 mil clientes pessoas físicas em geral aproveitaram as condições especiais e renegociaram mais de meio bilhão de reais. Por fim, aproximadamente 6.000 pequenas e microempresas já renegociaram R$ 230 milhões.
“Consideramos o Desenrola um programa que marcará época sempre que se falar em soluções para regularizar a vida financeira das pessoas. O arcabouço financeiro que sustenta o programa contou com a contribuição do mercado e do governo. Foi essa parceria que já tem permitido ao Desenrola, nesta primeira semana, ser acessível a milhares de brasileiros que querem voltar a ter crédito e a consumir, ao mesmo tempo que garante aos bancos condições financeiras condizentes com seus modelos de atuação”, disse a presidente do BB, Tarciana Medeiros.
A inadimplência no Brasil interrompeu a recente sequência de altas ao cair 0,63% no mês de junho. Com 450 mil negativados a menos, o total de endividados no país soma 71,45 milhões, segundo os dados do Mapa de Inadimplência da Serasa. Em maio, eram 71,9 milhões de inadimplentes.
O número total de dívidas também caiu — de 264,5 milhões para 262,8 milhões. Já o valor total de dívidas no mês passado ficou em R$ 346,3 bilhões, com um valor médio de dívidas por pessoa de R$ 4.846,15.
O total de inadimplentes corresponde a 43,78% da população adulta do Brasil. As faixas etárias com as maiores fatias da população com o nome restrito envolvem os brasileiros com idade entre 41 e 60 anos (34,8%) e de 26 a 40 anos (34,7%). Aqueles com mais de 60 anos são 18% dos negativados.