Impulsionada pela expansão das importações e pela retração das exportações de petróleo, a balança comercial encerrou novembro com o menor superávit para o mês desde 2021, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
No período, as exportações superaram as importações em US$ 5,842 bilhões, recuo de 13,4% frente ao resultado de US$ 6,746 bilhões registrado em novembro do ano anterior.
O desempenho reforça o pior cenário para meses de novembro desde 2021, quando houve déficit de US$ 1,11 bilhão.
Os dados do mês mostram:
- Exportações: US$ 28,515 bilhões, avanço de 2,4% sobre novembro passado.
- Importações: US$ 22,673 bilhões, aumento de 7,4% no mesmo comparativo.
Ambos os valores representam recordes para meses de novembro na série histórica iniciada em 1989.
Acumulado do ano
De janeiro a novembro, o superávit soma US$ 57,839 bilhões, queda de 16,8% em relação ao mesmo intervalo do ano passado e o menor patamar desde 2022.
- Exportações: US$ 317,821 bilhões, alta de 1,8% no comparativo anual.
- Importações: US$ 259,983 bilhões, crescimento de 7,2% no período.
Desempenho por setor
Em novembro, o desempenho das exportações por setor foi o seguinte:
- Agropecuária: +25,8%, impulsionada por aumento de 20,1% no volume e de 4,1% nos preços.
- Indústria extrativa: -14%, com queda de 9,8% no volume e de 4,8% nos preços.
- Indústria de transformação: +3,7%, com avanço de 5,2% no volume e recuo de 2% no preço médio.
Produtos
Entre os destaques positivos das exportações de novembro estão:
- Agropecuária: soja (+64,6%), milho (+12,6%) e café não torrado (+9,1%).
- Indústria de transformação: produtos semiacabados de ferro e aço (+102%), aeronaves e componentes (+86,1%) e carne bovina (+57,9%).
Na indústria extrativa, as principais quedas vieram de minérios de cobre (-64,2%) e petróleo bruto (-21,3%).
A retração nas vendas de petróleo representa redução de US$ 963 milhões frente a novembro do ano anterior, influenciada por oscilações mensais decorrentes de manutenções programadas em plataformas.
Do lado das importações, o aumento reflete a recuperação da economia e o avanço do consumo e dos investimentos. Os produtos com maior crescimento foram:
- Agropecuária: cereais diversos (+332,8%) e soja (+2.753%).
- Indústria extrativa: carvão (+53,4%), linhita e turfa (+36,6%) e gás natural (+20,5%).
- Indústria de transformação: combustíveis (+63,7%), máquinas não elétricas (+46,4%) e equipamentos de processamento de dados (+115,3%).
Projeções
Para 2025, o Mdic estima superávit de US$ 60,9 bilhões, com exportações projetadas em US$ 344,9 bilhões e importações em US$ 284 bilhões.
A previsão é revisada trimestralmente e a estimativa anterior não considerava os impactos recentes do aumento tarifário nos Estados Unidos.
Segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, o mercado espera superávit de US$ 62,85 bilhões até o fim do ano.




















