82% dos inadimplentes sofreram impacto na saúde física ou mental pelas dívidas em atraso, revela pesquisa CNDL/SPC Brasil

Alterações no sono e de apetite foram algumas das consequências citadas pelos endividados. Um terço admite descontar ansiedade em vícios como cigarro e álcool

Fonte: Assessoria

Economia, Moeda, Real,Dinheiro, Calculadora Por: Marcello Casal JrAgência Brasil
Economia, Moeda, Real,Dinheiro, Calculadora Por: Marcello Casal JrAgência Brasil

A inadimplência é um problema que traz impactos financeiros, mas também para a saúde física e mental das pessoas. De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, realizada com brasileiros com contas em atraso há pelo menos três meses, 82% dos entrevistados admitem que sofreram algum tipo de efeito seja na saúde física ou mental, após atrasar o pagamento das contas.

Entre as principais consequências, 66% relataram alterações no sono, 60% menos vontade de sair e socializar com outras pessoas e 51% alterações no apetite. Além disso, um percentual relevante admite que desconta a ansiedade no vício como cigarro, comida ou álcool (37%) e nas compras impulsivas (26%).

A pesquisa mostra ainda que 97% dos entrevistados sofreram efeitos negativos com a inadimplência, sendo que 84% ficaram preocupados, 74% sentiram-se ansiosos, 65% estressados ou irritados, 64% angustiados e 64% envergonhados. Em praticamente todos as emoções investigadas, as mulheres têm destaque.

“A inadimplência traz impactos tanto no âmbito financeiro, mas também na saúde emocional e física das pessoas. É importante que o consumidor que esteja nesta situação procure ajuda de amigos e familiares. Negociar dívidas e encontrar soluções demanda equilíbrio”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

Nove em cada dez entrevistados (88%) tiveram o padrão de vida afetado pelas dívidas

De acordo com o levantamento, 88% dos inadimplentes relataram terem sofrido o impacto das dívidas no padrão de vida. Apenas 10% afirmam que o padrão de vida não foi alterado.

Por causa das dívidas em atraso, 38% têm evitado comprar roupas e calçados, 37% começaram a anotar todos os ganhos e gastos, 36% evitam sair com pessoas que gostam de gastar e incentivá-las a fazer compras e 34% evitam fazer compras a prazo.

A maioria dos consumidores endividados (70%) afirmaram que tentaram tomar algum tipo de crédito no último ano, sendo que 53% pretendiam pagar dívidas e 23% comprar algo. Por outro lado, 30% não tentaram, principalmente as classes C/D/E.

Entre os que tentaram pegar crédito, 75% conseguiram, sendo as modalidades mais utilizadas o empréstimo (39%), cartão de crédito que já possuíam (21%) e limite do cheque especial (15%). Mas 24% não obtiveram liberação.
66% dizem ter um nível de preocupação alto ou muito alto frente às dívidas

Da mesma maneira que as emoções podem impulsionar a gastos excessivos e/ou impensados, a inadimplência também gera impactos emocionais negativos nos consumidores.

Seis em cada dez inadimplentes (66%) dizem ter um nível de preocupação alto ou muito alto frente às dívidas em atraso há mais de 3 meses, enquanto 19% têm um nível médio e 12% estão pouco ou muito pouco preocupados.

Questionados sobre o maior temor frente as dívidas, 34% receiam não conseguir pagar as contas em atraso, 10% serem considerados desonestos pelas pessoas e 9% ter que baixar o padrão de vida para pagar dívidas.

“Muitas pessoas em situação de endividamento buscam no momento de desespero alternativas que podem piorar ainda mais a situação financeira. O grande número de ofertas de jogos de aposta online e de empréstimos que prometem dinheiro rápido podem fazer com que o consumidor entre em um círculo vicioso de dívidas, tornando a situação ainda pior do que já estava”, explica a especialista em finanças da CNDL, Merula Borges.

Mais da metade dos inadimplentes relataram ter sofrido queda de produtividade no trabalho

As dívidas em atraso também podem ter impacto na dimensão profissional e social dos inadimplentes. Mais da metade dos entrevistados (56%) afirmaram que as dívidas afetaram as relações sociais, sendo que 48% afirmam ter ficado mais irritados e intolerantes com as pessoas próximas e 39% têm sido mais descuidadas com o bem-estar da família.

Em relação ao trabalho. 57% dos endividados relataram ocorrências no âmbito profissional após a inadimplência, sendo que 43% têm ficado mais desatentos ou improdutivos, 37% têm produzido menos e 35% perdem a paciência com os colegas.