Ondas de calor afetam 1.400 cidades brasileiras

Especialistas alertam para riscos de desidratação. Saiba quais cuidados podem auxiliar neste período

Fonte: AgênciaGov

Ondas de calor afetam 1.400 cidades brasileiras - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Ondas de calor afetam 1.400 cidades brasileiras - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O Brasil enfrenta uma onda de calor em mais de 1.400 cidades durante esta semana. E, até o próximo dia 17, a previsão é de que sejam afetados pelo calor extremo os estados do Amazonas, Rondônia, Pará, Tocantins, Bahia, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santos e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal.

Especialistas alertam sobre reforçar medidas importantes para preservar a saúde e o bem-estar: manter-se hidratado, alimentar-se adequadamente, passar filtro solar, entre outras práticas. Neste período, também é fundamental garantir a segurança e a proteção de crianças, idosos e outras pessoas que dependem de um cuidador.

Isto porque o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já emitiu alerta vermelho para 13 estados e Distrito Federal e, em algumas cidades, as temperaturas máximas devem superar os 40°C. O alerta vem, pois o corpo humano, naturalmente, tem a temperatura perto de 36 graus. Quando há exposição a altas temperaturas, o organismo reage, desencadeando uma série de reações para tentar voltar à sua temperatura. No caso de idosos e crianças, por exemplo, o cuidado deve ser redobrado.

Atenção à hidratação de idosos e crianças

As recomendações mais importantes, de acordo com especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), são não esquecer o protetor solar e manter a hidratação corretamente, além da alimentação equilibrada e variada.

“As crianças podem ter até 75% de água na composição do seu corpo. Por isso, é muito importante que os pais e responsáveis não se esqueçam de oferecer maior quantidade de líquidos para elas, principalmente durante o verão. Nossa recomendação é que uma criança de 2 a 3 anos deve ingerir 1 litro de água por dia, no mínimo; de 4 a 11 anos, de 1,3 litros; e adolescentes e adultos precisam tomar 1,5 litros para manter a hidratação”, explicou o pediatra da Fiocruz José Augusto de Britto.

Uma das características do corpo humano é não manifestar a sensação de sede durante horas, ao contrário do que acontece com a fome. Portanto, a recomendação para que idosos, crianças e pessoas que precisem de algum cuidado especial é oferecer água de maneira permanente.

Segundo a SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), uma das maiores preocupações está relacionada à desidratação, que pode causar confusão, enjoo, fadiga e desmaios, porque, durante o envelhecimento, há diminuição da quantidade de água no organismo.

Qual é a quantidade ideal de água de ingestão diária para idosos ou crianças?

Em geral, recomenda-se ingerir pelo menos dois litros ao dia. Mas, para saber a quantidade exata de água que deve ser consumida diariamente, basta multiplicar o número 35 (mL) pelo peso da pessoa (Kg). O resultado será em mililitros, então, será necessário dividir por 100 para descobrir o valor em litros. Essa água ingerida vai repor o suor e permitir o funcionamento adequado das reações químicas naturais do organismo.

Por que é perigosa a desidratação em idosos?

Segundo a professora da Fiocruz Sandra Hacon, o estresse térmico no corpo humano ocorre quando há um aumento de temperatura durante um tempo determinado, como ondas de calor. Durante esse tempo de adaptação de um organismo humano saudável é comum haver dores de cabeça, mal-estar e perda da agilidade nas ações. No entanto, para alguns grupos considerados mais vulneráveis, como gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, o estresse térmico pode ser mais danoso, causando oscilação da pressão arterial.

Em 2021, a Fiocruz realizou uma pesquisa sobre os impactos das ondas de calor na população acima de 60 anos. Uma das conclusões é de que o efeito das altas temperaturas pode aumentar o índice de mortalidade entre aqueles que têm doenças respiratórias ou cardiovasculares.

Quais são os principais cuidados com as crianças, além da hidratação?

As queimaduras são os principais problemas porque a pele sensível pode desenvolver bolhas e descamação, levando a criança também a ter desidratação. Também é importante não deixá-los sem a presença de adultos brincando no mar ou na piscina.

Quais devem ser os cuidados com a alimentação durante as ondas de calor?

A Fiocruz recomenda realizar refeições contendo alimentos leves, não gordurosos e nutritivos, como frutas, pois são de fácil digestão e podem conter até 95% de água em sua composição. O consumo de alimentos processados, ultraprocessados, ricos em sódio, temperos industrializados, frituras, balas e doces são desaconselhados porque podem comprometer tanto a saúde da criança como a o idoso.

O pediatra da Fiocruz José Augusto de Britto também faz um alerta para as refeições fora de casa, porque nem sempre há garantia da qualidade da água utilizada e das condições de conservação dos alimentos, apesar dos esforços das Vigilâncias Sanitárias. Com altas temperaturas, o médico explica que é alto e rápido o risco de crescimento de bactérias nos alimentos que ficam fora da temperatura adequada.

“Nesses momentos, deve-se evitar alimentos crus e, principalmente, alimentos preparados à base de ovos, como sanduíches com maionese, pois o ovo é um alimento de fácil contaminação”, disse.

Nos casos de desidratação, diarréia, alteração da pressão arterial, seja em crianças ou em idosos, a recomendação é procurar por uma unidade de saúde.

Recomendações para preservar a saúde no calor

Não realizar atividades físicas ao ar livre ou exposição ao sol entre 10h e 16h; não tomar banhos com água excessivamente quente para não ressecar a pele; vestir roupas leves; usar protetor solar com FPS 30 no mínimo e evitar lugares abafados.

Além disso, se possível, usar umidificadores de ar em casa e no trabalho. Uma alternativa é utilizar bacias de água ou estender toalhas e panos úmidos no ambiente.

A Defesa Civil reforça que, em casos de incêndio em mata ou floresta, a pessoa avise imediatamente o Corpo de Bombeiros (193), a Defesa Civil (199) ou a Polícia Militar (190).

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