A cidade de Belém tornou-se, nesta segunda-feira (10), o centro das negociações internacionais sobre mudanças climáticas ao sediar a COP30, que segue até 21 de novembro. Pela primeira vez realizada na Amazônia, a conferência reúne delegações de 194 países e representantes da União Europeia para tratar de metas de mitigação, adaptação e dos investimentos necessários para limitar o aquecimento global.
A estimativa é de que mais de 50 mil pessoas participem do encontro, incluindo negociadores, cientistas, organizações da sociedade civil e movimentos sociais. Nos últimos dias, a cidade também recebeu a Cúpula do Clima, que buscou alinhar esforços internacionais para conter o aumento da temperatura global.
Durante o evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a urgência de um acordo global para reduzir o uso de combustíveis fósseis, responsáveis pela maior parte das emissões de gases de efeito estufa. Segundo dados internacionais, petróleo e carvão respondem por aproximadamente 75% dessas emissões.
Além das discussões sobre redução de emissões, a conferência enfrentará desafios como a falta de atualização das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) por parte de diversos países. Especialistas alertam que, sem compromissos claros, o risco de agravamento da crise climática aumenta.
Outro ponto central é o financiamento. Países desenvolvidos prometeram apoio financeiro às nações mais vulneráveis, mas os recursos ainda não se materializaram de forma consistente. Para tentar reverter esse quadro, foi apresentado um plano que prevê a mobilização anual de US$ 1,3 trilhão em investimentos climáticos.
Entre as iniciativas brasileiras, destaca-se o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que destinará parte de seus recursos à proteção de biomas e ao fortalecimento de comunidades tradicionais e povos indígenas.
Paralelamente às negociações oficiais, a participação da sociedade civil será numerosa, com atividades abertas ao público na chamada Zona Verde da COP30. Movimentos indígenas, quilombolas e ribeirinhos organizam debates e mobilizações, incluindo uma grande marcha pelas ruas de Belém.
A execução dos compromissos assumidos será o principal termômetro para avaliar os resultados da conferência. Líderes sociais reforçam que a implementação efetiva é decisiva para enfrentar a crise climática.

















