Cop30 avança em pontos-chave, mas mantém lacunas críticas

Novo rascunho do Pacote de Belém apresenta avanços em adaptação, enquanto organizações apontam falta de decisões sobre combustíveis fósseis.

Fonte: CenárioMT

Cop30 avança em pontos-chave, mas mantém lacunas críticas
Cop30 avança em pontos-chave, mas mantém lacunas críticas - Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

O secretariado da Convenção do Clima divulgou uma nova versão do Pacote de Belém, incluindo um anexo com indicadores para a Meta Global de Adaptação (GGA).

Organizações sociais reconhecem ajustes positivos, porém alertam para a continuidade da ausência de decisões sobre o afastamento dos combustíveis fósseis, ponto considerado essencial por entidades ambientais.

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Segundo o Observatório do Clima, os textos seguem desequilibrados e não oferecem um roteiro consistente para a transição energética, apesar do apoio de dezenas de países à proposta.

A falta de orientação clara para reduzir o uso de combustíveis fósseis e combater o desmatamento no Programa de Trabalho de Transição Justa (JTWP) é atribuída à forte presença de representantes da indústria fóssil, que alcançou número recorde nesta edição.

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Lacuna de emissões

As discussões sobre metas nacionais de emissões (NDCs) também não avançaram. O novo texto não apresenta soluções para reduzir a lacuna que impede o cumprimento do limite de 1,5°C de aquecimento global. A resposta ao problema foi adiada para um relatório a ser elaborado nos próximos anos, sem perspectivas de ações diretas.

A criação de um mecanismo de transição justa, a inclusão dos indicadores de adaptação e a decisão de triplicar o financiamento para adaptação foram destacados como progressos. Ainda assim, especialistas apontam falta de integração entre transição energética e o JTWP.

Para o WWF-Brasil, apesar da ausência de medidas mais firmes sobre combustíveis fósseis e desmatamento, o programa avança ao incorporar consulta prévia e informada sobre territórios de povos tradicionais.

Adaptação

Na análise do Instituto Talanoa, a lista com 59 indicadores do GGA representa avanço, ao reconhecer que o financiamento público internacional deve ser direcionado de países desenvolvidos para países em desenvolvimento.

O processo “Belém até Addis”, rumo à COP32, foi definido para alinhar políticas de adaptação e garantir salvaguardas para a aplicação dos indicadores.

Apesar disso, não houve consenso sobre a nova meta de financiamento. A proposta menciona triplicar os recursos, porém sem detalhes sobre mecanismos ou fontes.

Especialistas reforçam que a definição de um pacote financeiro robusto é fundamental para destravar maior ambição em outras frentes das negociações climáticas.

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