Preço do café moído cai após 18 meses de alta: entenda o motivo

Para o consumidor, o recuo recente pode representar um pequeno alívio no bolso

Fonte: CENÁRIOMT

nalise as tendências e previsões para a queda no preço do café no Brasil em 2025, com foco nas regiões produtoras de São Paulo e Minas Gerais.

O preço do café moído apresentou queda em julho, após um longo período de alta contínua. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (12), o produto recuou 1,01% no último mês, algo que não ocorria havia 18 meses.

No acumulado de julho de 2023 a junho de 2024, o café chegou a quase dobrar de preço, com alta de 99,46%.

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Mesmo com o recuo recente, o item ainda acumula aumento de 41,46% no ano e de 70,51% nos últimos 12 meses, sendo o segundo produto que mais impactou a inflação no período — responsável por 0,30 ponto percentual dos 5,23% registrados pelo IPCA.

Por que o preço do café caiu?

Por que o preço do café caiu?

De acordo com o gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves, a principal explicação para a queda é a safra de café, que começou a ser colhida em julho. Com maior oferta no mercado, a pressão da demanda diminui, favorecendo a redução nos preços.

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“Já estava começando a colheita, uma oferta maior no campo. Pode ser efeito dessa maior oferta”, explicou Gonçalves.

A queda, portanto, não tem relação direta com o tarifaço dos Estados Unidos, que desde 6 de agosto passou a impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo o café.

Efeitos do tarifaço americano no preço do café

Efeitos do tarifaço americano no preço do café

Especialistas avaliam que, caso os produtores não encontrem novos compradores, a sobretaxa americana pode gerar excedente de café no mercado interno, o que tende a pressionar os preços para baixo. No entanto, o impacto disso será percebido apenas nos próximos meses.

Alta anterior: clima e demanda da China

Reprodução | Secom MT
Alta anterior: clima e demanda da China – Foto: Reprodução | Secom MT

Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), a disparada nos preços do café nos últimos 18 meses foi resultado de:

  • Eventos climáticos que prejudicaram a produção, como geadas e secas;
  • Aumento da demanda internacional, com destaque para o crescimento do consumo de café na China.

O que esperar daqui para frente?

A tendência de preços para o café nos próximos meses dependerá de três fatores principais:

  1. Volume e qualidade da safra;
  2. Reação do mercado internacional ao tarifaço;
  3. Procura global pela commodity, especialmente em mercados emergentes.

Para o consumidor, o recuo recente pode representar um pequeno alívio no bolso — mas o cenário ainda é de preços elevados, bem acima dos patamares registrados antes de 2023.

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Graduada em Jornalismo pela Faculdade La Salle em Lucas do Rio Verde (MT), atuou como estagiária na Secretaria Municipal de Educação. Desde 2010 trabalha na redação e, atualmente, é repórter e redatora do CenárioMT nas editorias Mundo, Mato Grosso e Cidadania. Para dúvidas, correções ou sugestões de pauta, entre em contato: [email protected]