Ajuste considera avanço da inflação até novembro e crescimento do PIB; novo piso começa a valer em janeiro
Medida aumenta despesas obrigatórias e mexe diretamente no planejamento fiscal da União.
O Ministério do Planejamento e Orçamento confirmou nesta quarta-feira (10) o novo valor do salário mínimo para 2026: R$ 1.621. O reajuste representa um aumento de R$ 103 em relação aos atuais R$ 1.518 e foi calculado com base no avanço da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) até novembro.
Segundo o IBGE, o INPC acumulou 4,18% nos últimos 12 meses e registrou alta de 0,03% em novembro, repetindo o índice observado em outubro. Esses dados serviram de parâmetro para o governo atualizar a estimativa enviada ao Congresso no fim de novembro durante a análise do Orçamento de 2026.
Salário mínimo para 2026
O novo piso salarial começa a valer a partir de 1º de janeiro de 2026, sendo aplicado no salário que será pago em fevereiro, e será de R$ 1.621 em 2026, conforme divulgado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento. O valor representa um acréscimo de R$ 103 em relação ao mínimo atual, fixado em R$ 1.518.
Projeção inicial previa salário maior
Antes da atualização do INPC, a previsão oficial apontava salário mínimo de R$ 1.631. O valor final ficou abaixo da estimativa inicial, mas segue a regra de correção que soma inflação acumulada e variação real do PIB de dois anos anteriores — no caso, o PIB de 2024, que cresceu 3,4%, limitado pelo teto de aumento real de 2,5%.
O salário mínimo funciona como referência para benefícios essenciais, como aposentadorias do INSS, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e seguro-desemprego. Qualquer variação, mesmo discreta, tem forte impacto fiscal.
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Aumento pressiona despesas públicas
Segundo cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento no salário mínimo, as despesas da União crescem cerca de R$ 420 milhões. Assim, o acréscimo de R$ 103 representará um impacto adicional estimado em R$ 43,2 bilhões no Orçamento federal de 2026.
O novo valor será aplicado a partir de janeiro, refletindo-se diretamente na folha de pagamento que trabalhadores e beneficiários recebem em fevereiro.
O que muda para trabalhadores e beneficiários
- Reajuste direto no holerite de trabalhadores que recebem o piso nacional;
- Atualização automática em benefícios previdenciários vinculados ao mínimo;
- Correção do BPC e demais auxílios federais atrelados ao valor;
- Revisão de contratos, acordos e pisos setoriais que usam o mínimo como referência.
Apesar do impacto nas contas públicas, o governo reforça que a política de valorização do salário mínimo prioriza a recomposição inflacionária e ganhos reais moderados, preservando o poder de compra das famílias de menor renda.
O reajuste para R$ 1.621 marca mais um capítulo da política de valorização gradual do salário mínimo, equilibrando recomposição inflacionária e limite de aumento real. Com impacto bilionário nas contas federais e efeito direto sobre milhões de brasileiros, o novo valor reforça a importância do piso nacional como instrumento de proteção social e de ordenamento econômico.
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