O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, abriu a etapa paulista da II Conferência Nacional do Trabalho destacando a urgência de discutir o financiamento sindical e o fim da escala 6×1.
“Que vocês tirem daqui uma bela contribuição para a conferência nacional e que a gente possa, a partir do entendimento, enfrentar problemas que a sociedade nos pede como o fim da 6 por 1”, afirmou.
Ele reforçou que o parlamento deve construir legislações que preservem espaço para negociação entre sindicatos, trabalhadores e empregadores. A proposta de extinguir a jornada de seis dias trabalhados por um de descanso segue em análise no Congresso Nacional.
Marinho também defendeu a recomposição das condições financeiras dos sindicatos, argumentando que a representação trabalhista depende de estruturas adequadas.
“Eu preciso que a bancada empresarial ajude no debate para reconstituir o direito dos sindicatos de sustentar financeiramente sua atuação”, disse.
O ministro ressaltou ainda que a rápida transformação do mercado, impulsionada pela inteligência artificial, exige qualificação constante da mão de obra.
“Temos desafios imensos de capacitar nossa força de trabalho para interpretar e atuar diante das mudanças”, destacou.
O evento reuniu representantes do governo, trabalhadores e empregadores para definir prioridades do setor, cujas propostas serão enviadas para a etapa nacional da conferência, prevista para março de 2026.
Mercado de trabalho
O diagnóstico divulgado pelo ministério aponta taxa de formalização de 70,8% em São Paulo, embora 7,1 milhões de pessoas permaneçam na informalidade.
A taxa de desocupação é de 5,1%, chegando a 8,1% entre jovens. O relatório indica rendimento médio estadual superior ao nacional, mas evidencia desigualdades persistentes: mulheres ganham 77% do rendimento masculino e pessoas negras recebem 61,5% do valor pago a pessoas brancas.
O documento registra ainda 197,5 mil crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil e reforça a necessidade de políticas que conciliem vida familiar e responsabilidades profissionais.
Marinho destacou que a igualdade de oportunidades permanece um desafio e defendeu maior presença feminina em espaços de liderança. Ele também comentou casos recentes de violência contra mulheres e defendeu que debates internos nas instituições contribuam para a conscientização.
“Se é feminicídio, significa mulheres sendo agredidas por homens, muitas vezes no ambiente familiar. Precisamos amadurecer esse debate”, disse.



















