Mulheres ganham destaque em defesa por mais espaço na sociedade

Declarações da ministra dos Direitos Humanos reforçam a necessidade de ampliar a presença feminina em setores de poder e decisão no país.

Fonte: CenárioMT

Mulheres ganham destaque em defesa por mais espaço na sociedade
Mulheres ganham destaque em defesa por mais espaço na sociedade - Foto: Clarice Castro/MDHC

Às vésperas da 2ª Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem-viver, prevista para reunir uma multidão em Brasília, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, defendeu que as mulheres ocupem todos os espaços da sociedade brasileira.

Ela destacou a importância de criar condições reais para o protagonismo feminino e superar a ideia de que mulheres, sobretudo negras, devem permanecer em funções historicamente associadas à subalternidade, um reflexo enraizado na formação social do país.

[Continua depois da Publicidade]

“Isso precisa ser desconstruído no imaginário da sociedade brasileira e desconstruído é, efetivamente, a gente começar a disputar espaço em todos os lugares, seja na associação de moradores, na Câmara Federal, no Senado”, afirmou.

As declarações foram feitas durante o seminário Democracia: Substantivo Feminino, realizado em Brasília. No debate sobre política, a ministra reforçou a necessidade de ampliar a participação feminina em posições de comando e instâncias decisórias.

Apesar de a legislação eleitoral prever que os partidos ofereçam pelo menos 30% de candidaturas femininas, dados recentes do Observatório Nacional da Mulher na Política indicam que a norma foi desrespeitada em 700 municípios no primeiro turno das eleições municipais de 2024.

[Continua depois da Publicidade]

Macaé lembrou que as mulheres representam 53% da população e defendeu que essa proporção seja refletida nos parlamentos e demais instituições públicas. Ela ressaltou ainda que ampliar a presença feminina na política passa também pela discussão sobre financiamento público de campanhas.

A ministra citou sua própria trajetória para ilustrar os desafios enfrentados pelas mulheres. Ao ser nomeada para chefiar a pasta, ouviu que sua carreira teria sido “meteórica”. Ela rebateu afirmando que, aos 60 anos e com décadas de atuação na educação e na política, sua ascensão não poderia ser vista como algo repentino, questionando o padrão que naturaliza a rápida ascensão masculina, mas estranha a feminina.

Macaé também destacou que a Marcha das Mulheres Negras será uma mobilização em defesa da dignidade, do bem-viver e de uma sociedade que proteja mulheres da violência doméstica.

A jornalista e pesquisadora Cibele Tenório, presente no seminário, lembrou que as mulheres negras tiveram papel essencial na conquista dos direitos políticos femininos no Brasil.

“Faz pouco mais de 90 anos que as mulheres podem votar e serem votadas no Brasil. Devemos isso à articulação das sufragistas, entre elas Almerinda Gama, liderança negra fundamental na conquista do voto feminino.”

Cibele é autora da obra Almerinda Gama: a sufragista negra, que resgata a história da alagoana que integrou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, protagonista da luta pelo sufrágio feminino nos anos 1920 e 1930.

Para receber nossas notícias em primeira mão, adicione CenárioMT às suas fontes preferenciais no Google Notícias .
Jornalista esportivo e entusiasta dos Esportes. Formado e pós-graduado. Fã de games online, e futebol internacional.