CEAADA convoca pais para rematrícula e alerta que o prazo termina em 31 de outubro

O Centro Estadual de Atendimento e Apoio ao Deficiente Auditivo ‘Professora Arlete Pereira Migueletti’ atende crianças surdas do Maternal ao 9º Ano do Ensino Fundamental, além da EJA

Fonte: CenárioMT

ceaada convoca pais para rematricula e alerta que o prazo termina em 31 de outubro
Harleid Claiton

A campanha para rematrícula de alunos no Centro Estadual de Atendimento e Apoio ao Deficiente Auditivo ‘Professora Arlete Pereira Migueletti’ (CEAADA), em Cuiabá, chamou atenção da sociedade para o ensino de Libras (Língua Brasileira de Sinais) na Educação Infantil. O tema, nesse momento em que os pais precisam ir à escola confirmar a rematrícula para 2023, é fundamental para que entendam a importância deles na construção de uma sociedade inclusiva. O prazo termina no dia 31 de outubro e é indispensável que façam a rematrícula de forma presencial.

O CEAADA é uma escola estadual bilíngue que atende exclusivamente crianças surdas ou com deficiência auditiva, do maternal ao 9º do Ensino Fundamental. Atende, também, alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) no primeiro e segundo segmentos.

É uma unidade estratégica para a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), pois, a partir do momento que as crianças começam a aprender Libras desde cedo as dificuldades quanto à comunicação são reduzidas ou até mesmo eliminadas. A autonomia proporcionada pelo aprendizado da língua de sinais, além de possibilitar um melhor convívio social e fazer que elas desenvolvam as atividades escolares, traz grandes benefícios para a autoestima.

A diretora do CEAADA, Pedrolina Jesus de Brito Queiroz, observa que o ambiente escolar é determinante para que as crianças surdas possam se desenvolver de forma plena, considerando a formação escolar e o convívio social. “Por isso, é importante que os pais procurem a escola para fazer a rematrícula, além das turmas da EJA que também precisam se rematricular. Também começamos a trabalhar na abertura de novas vagas e queremos receber todas as crianças surdas ou com alguma deficiência auditiva para que aprendam Libras juntamente com a alfabetização em língua portuguesa”.

Ela reforça que, atualmente a escola tem 58 alunos matriculados mas tem capacidade para cerca de 200 crianças. “Sabemos que, em Cuiabá e Várzea Grande, há muito mais do que 58 crianças surdas em idade escolar. Por isso, alertamos os pais para a importância delas serem matriculadas na idade certa e exclusivamente no CEAADA, que é o espaço pedagógico próprio para o aluno surdo na formação inicial”.

Segundo Pedrolina, para pensar no quanto a Libras no ensino da criança surda ou com deficiência auditiva é um fator essencial para que ela cresça com maior independência, basta pensarmos em algo primordial. “Estamos falando de comunicação e não é preciso muito esforço para perceber como o dia a dia de uma criança com deficiência auditiva é desafiador”.

A coordenadora pedagógica, Débora da Costa Ferreira de Carvalho, observa que quando a criança surda passa pelo CEAADA estudando até o 9º Ano, quando ela for para o ensino regular em outra escola, nas séries subsequentes o rendimento dela terá melhor êxito. “Aqui ela vai aprender a sua primeira língua, que é Libras, juntamente com a sua segunda língua, o Português. É importante que ela passe por esse espaço pedagógico para construir o seu futuro com base na sua própria língua. Lembrando que ela será bilíngue e com um grande diferencial, que é a sua autonomia na comunicação”.

Comunicação e autonomia

A língua de sinais é como as pessoas com deficiência auditiva se comunicam, e conhecê-la é uma forma de respeitá-las e de abrir a possibilidade de diálogo, dando espaço para que elas possam não apenas se comunicar, mas também se integrar melhor à sociedade.

“Ensinar Libras para as crianças na escola é uma oportunidade que se tem de mostrar, ainda na infância, o valor da inclusão e da aceitação das pessoas como elas são, sem um olhar de preconceito ou de exclusão. Crianças que crescem sabendo respeitar o próximo e as diferenças são capazes de construir uma sociedade mais justa e acessível para todos”, conclui Pedrolina Brito.