Dirigente do PSL em MG denuncia que ministro do Turismo usou serviços sem nota fiscal e fez pagamento em caixa de papel

Fonte: Ricardo Mello, Naiana Andrade, Lucas Ragazzi e Fernando Zuba, TV Globo

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

A vice-presidente regional do PSL em Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas Gerais, Ivanete Nogueira, disse que na eleição de 2018, quando era candidato a deputado federal, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), atual ministro do Turismo, usou serviços sem nota fiscal e fez pagamentos com dinheiro entregue em uma caixa de papel.

A denúncia foi divulgada nesta terça- feira (8) pela Folha de S.Paulo. Ivanete disse que o dinheiro foi entregue pelo então assessor Jandir Siqueira para pagar o pessoal contratado para fazer panfletagem e o aluguel de um salão.

“Eu recebi o dinheiro no dia 5 de outubro, faltando dois dias para as eleições, no gabinete do Marcelo Álvaro, e o Jandir [Siqueira] que me passou dinheiro numa caixinha de papelão no valor de R$ 17 mil. Estavam no gabinete o assessor do deputado, o assessor Mateus [Von Rondon], Gricielly [Kopke] e o Jandir, que me passou o dinheiro”, disse ela.

Ivanete disse ainda que tentou entregar para Jandir Siqueira os recibos da prestação de serviços, mas que ele não quis receber. Ela disse também que entregou esses documentos para a Polícia Federal. A dirigente do PSL já prestou dois depoimentos.

De acordo com os investigadores, os recibos não estão na prestação de contas da campanha de Marcelo Álvaro Antônio.

O ministro e outras dez pessoas já foram denunciadas pelo Ministério Público Eleitoral em outro processo por suspeita de participar de um suposto esquema de candidaturas-laranja do PSL mineiro. Segundo as investigações ele seria o chefe de uma organização, montada para desviar dinheiro do fundo eleitoral. A Justiça Eleitoral, em Belo Horizonte, decretou sigilo no processo.

O ministro Marcelo Álvaro Antônio vai ter de se explicar ao Senado. Ele foi convocado a comparecer no dia 22 de outubro na comissão de transparência para prestar esclarecimentos sobre esse caso das candidaturas-laranja no PSL.

Sobre a denúncia de caixa dois, a defesa do ministro disse, em nota, que a declaração de Ivanete é inverídica. E que ela sequer trabalhou, em 2018, para a campanha dele. Além disso, pode ter havido a distribuição de panfletos com a imagem de outros candidatos e dele também.

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