Em pronunciamento, nesta quarta-feira (10), o senador Zequinha Marinho (PSC-PA) manifestou a esperança de que a Conferência Mundial do Clima, a COP-26, que ocorre em Glasgow, na Escócia, estimule planos de investimento e reforço na ciência e na pesquisa no Brasil.
Para ele, essa medida é essencial, sobretudo na Amazônia, onde, apesar da grande biodiversidade, apenas 39.059 títulos de mestres e doutores foram emitidos na última década, o que representa apenas 0,13% da população da região.
— Essa realidade está muito aquém das possibilidades que a floresta e os recursos naturais podem nos oferecer para melhorar a qualidade de vida da população mundial, disse.
Zequinha Marinho citou um exemplo de pesquisa que associou a biodiversidade da Amazônia com o conhecimento popular para desenvolver o primeiro neuroprotetor do mundo que pode tratar o acidente vascular cerebral (AVC), que se caracteriza pela obstrução de uma artéria que impede a passagem de oxigênio para as células cerebrais.
Capitaneada pelo biomédico e professor Walace Gomes Leal, da Universidade Federal do Oeste do Pará, em Santarém, a pesquisa, iniciada há dez anos, se baseou na medicina popular, ao desenvolver um neuroprotetor a partir do leite de gergelim preto, extrato usado por comunidades próximas a Santarém para tratar pessoas que tiveram AVC.
Segundo o senador, a pesquisa está em fase final e os testes em humanos devem começar no segundo semestre de 2022.
— A pesquisa depende agora de financiamento para construir as microcápsulas contendo bioprodutos. Essas microcápsulas serão testadas em humanos com auxílio de uma rede neurocientistas, neurologistas, neurocirurgiões e outros profissionais de saúde. Por fim, deverá ser submetida à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, concluiu o senador.
Por fim, o senador ressaltou que, mesmo com as dificuldades, o professor Walace Gomes Leal e sua equipe avançaram significativamente nas pesquisas que têm potencial para melhorar a qualidade de vida das pessoas.