O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) afirmou que disputa a presidência da Câmara na forma de uma candidatura de protesto com pauta única: a defesa do impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Kim Kataguiri fez várias críticas a Bolsonaro. Destacou que, quando concorreu à presidência da Câmara na legislatura passada, Jair Bolsonaro criticou a atuação do Poder Executivo na época, mas agora, como presidente, faz o mesmo.
“O Executivo sempre interfere [na eleição para a Mesa Diretora], mas não podemos ter uma Câmara que não cria leis, que não representa os anseios do povo, que é submissa ao Judiciário”, leu o deputado, reproduzindo Bolsonaro.
Segundo Kim Kataguiri, o governo ofereceu a aliados cargos em órgãos públicos que administram R$ 110 bilhões em recursos. “Indiciados e réus, é na mão dessa gente que esses cargos se encontram hoje”, afirmou.
Conforme o deputado, no governo do ex-presidente Michel Temer foram atendidas várias emendas parlamentares. “Temer enfrentou duas denúncias [de impeachment], mas não pagou tantas emendas como Bolsonaro”, disse.
. “Prometeu acabar com a mamata, com o toma-lá-dá-cá”, afirmou. “Mas dobrou os gastos com cartão corporativo, sugeriu a extinção do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] para proteger a si mesmo e à família”, acusou.
“Não tem privatizações, não tem reformas”, destacou. “Era contra a reeleição, agora já pensa em 2022”, disse. “Nos poucos projetos que apresentou, não fez nada para que fossem aprovados, isentou-se da responsabilidade”, afirmou.
Para Kim Kataguiri, os parlamentares não podem eleger a Mesa Diretora buscando apenas solução para eventuais problemas dos deputados. “Vivemos uma crise institucional, é preciso resgatar a credibilidade da Câmara”, disse.
Dos parlamentares que disputam nesta segunda-feira (1º) a presidência da Câmara, Kim Kataguiri foi o último a defender a candidatura, lançada de forma independente. Ao final dos pronunciamentos será aberta a votação.