A Subcomissão Temporária para o Acompanhamento da Educação na Pandemia (CECTCovid) se reúne nesta segunda-feira (23), às 10h, para dar seguimento aos debates que tratam da situação educacional desde que as infecções pelo vírus da covid-19 começaram no Brasil, em março de 2020.
A audiência pública interativa semipresencial avaliará os impactos da circulação do novo coronavírus e suas variantes, com o objetivo de projetar os melhores caminhos para dar continuidade às atividades de ensino. As comunidades escolar e universitária, juntamente com as famílias brasileiras, enfrentaram um duro teste ao se lançarem de forma improvisada a atividades remotas durante a fase mais aguda da pandemia. A pouca ou nenhuma experiência, de parte a parte, com o ensino a distância, a falta de equipamentos e a precariedade do sinal de internet foram alguns dos fatores que pertubaram o desenvolvimento dos currículos, sem contar o ambiente de tensão psicossocial em face da covid, do isolamento social e de problemas domésticos como a violência.
Ao contrário do que se poderia pensar, a volta ao sistema presencial, inciada em 2022 na maior parte dos estabelecimentos, não tem sido tranquila. Traumatizados pelo longo período de escassas relações sociais genuínas, os adolescentes vêm apresentando um quadro de transtornos psíquicos no qual se destacam ansiedade, depressão, síndrome de pânico e auto-mutilação, conforme noticiado pela imprensa e apurado pela própria Agência Senado em reportagens especiais.
Nessa e nas demais faixas etárias, é preciso lidar ainda com o déficit de aprendizado, principalmente no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, provocado pelas condições insatisfatórias enfrentadas em 2020 e 2021. Outro problema é o da evasão escolar, que tem como uma das causas o desânimo relacionado ao ambiente de desorganização do aparato de ensino na pandemia, mas também dificuldades econômicas igualmente decorrentes da crise sanitária. Com a queda na renda das famílias, não são poucos os estudantes que se viram pressionados a abandonar os estudos para ajudar a recompor o orçamento familiar.
A subcomissão tem em sua pauta a tarefa de trazer à tona sugestões de como garantir o acesso educacional a todos na idade obrigatória e motivar o acesso a outras etapas de educação, além de contribuir para a elaboração de programas que incentivem a volta de alunos ao ambiente escolar.
Foram convidados para a reunião de segunda-feira o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime), Luiz Miguel Martins Garcia, e o professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) Naércio Menezes Filho.
O senador Flávio Arns (Podemos-PR) é o presidente da CECTCOVID, que funciona no âmbito da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). São relatores do colegiado os senadores Confúcio Moura (MDB-RO) e Wellington Fagundes (PL-MT).
Joás Benjamin sob supervisão de Patrícia Oliveira
Como participarO evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e‑Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo. O Portal e‑Cidadania também recebe a opinião dos cidadãos sobre os projetos em tramitação no Senado, além de sugestões para novas leis. |