A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), contestou nesta terça-feira (2) as declarações do advogado Paulo Renato Cintra, que representa o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus ligados à trama golpista.
Em sua defesa, Cintra tratou as expressões “voto impresso” e “voto auditável” como se fossem a mesma coisa, ao argumentar que Ramagem não participou da disseminação de desinformação sobre o sistema eleitoral. A ministra, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rebateu a tese.
Segundo Cármen Lúcia, as urnas eletrônicas são auditáveis desde 1996, quando começaram a ser utilizadas nas eleições, e destacou que confundir os termos serve apenas para gerar dúvida na sociedade.
“Vossa Senhoria usou, com muita frequência, como se fosse a mesma coisa, não é. O que foi dito o tempo todo é essa confusão para criar uma confusão na cabeça da brasileira e do brasileiro para colocar em xeque”, afirmou a ministra.
Após a manifestação, Cintra explicou que utilizou as expressões como sinônimos por refletirem a forma como os termos apareciam em mensagens de WhatsApp trocadas entre Bolsonaro e aliados, mencionadas na acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O advogado também sustentou que os episódios de monitoramento ilegal apontados pela PGR ocorreram antes de Ramagem assumir a direção da Abin. O julgamento segue com as sustentações dos demais defensores.


















