Entidades afirmam que fala de ministro representa retrocesso no ensino de pessoas com deficiência

Debatedores também criticam decreto do governo que cria nova política de educação especial

Fonte: Redaçao CenarioMT com inf. Ag. Câmara

entidades afirmam que fala de ministro representa retrocesso no ensino de pessoas com deficiencia

Rodrigo Hubner disse que a educação inclusiva é benéfica para todos

Recentemente, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, ao falar em uma entrevista na televisão sobre a problemática da inclusão no País, afirmou que a presença de crianças com deficiência em salas regulares atrapalham o aprendizado dos outros alunos, pois os professores não têm equipe para ajudá-los nessa tarefa. No ano passado, o MEC sinalizou sua forma de tratar a educação de pessoas com deficiência ao assinar, juntamente com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o Decreto 10.502/20, que define uma nova Política Nacional de Educação Especial (PNEE).

Para o representante da Rede de Inclusão da Pessoa com Deficiência, Rodrigo Hubner, que participou nesta sexta-feira (15) de reunião virtual da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Câmara, a fala do ministro e o posicionamento do MEC representam o desconhecimento dos benefícios que a educação inclusiva proporciona a todos os alunos.

Rodrigo Hubner destacou que já existem experiência exitosas em todo o país de escolas inclusivas que obtém sucesso no aprendizado de seus alunos.

“Para que as coisas deem certo a escola precisa se transformar. Eu destacaria, pelo que eu tenho acompanhado e estudado, em primeiro lugar investimento na formação dos professores, dos profissionais, oferecendo conhecimento e repertório. Em segundo lugar, tempo para o planejamento das aulas, de forma que as equipes possam discutir cada caso e criar estratégias pensadas para cada turma”, disse.

Hubner ainda defendeu a adoção de serviços de apoio. “O aluno com deficiência pode sim precisar de atendimento de um especialista, isso está previsto inclusive na política vigente que foi criada em 2008. No Brasil a gente tem a figura do professor do atendimento educacional especializado. Ele pode também precisar de intérprete, ele pode precisar de cuidadores, mas não substituindo as atividades com os outros alunos”.