O coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro, teve sua defesa nesta terça-feira (9) negando qualquer envolvimento em monitoramento ilegal do ministro Alexandre de Moraes, segundo acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Câmara está preso desde junho de 2025.
A sustentação da defesa aconteceu durante sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por analisar possíveis condenações de Câmara e outros cinco réus do Núcleo 2, ligados à trama golpista na gestão do ex-presidente.
Mensagens apreendidas no celular do delator Mauro Cid indicam que Câmara informou a Cid sobre a localização de Moraes em São Paulo, referindo-se ao ministro como ‘professora’, episódio ocorrido em dezembro de 2022.
O advogado Luiz Eduardo Kuntz destacou que, embora Câmara tivesse proximidade com Bolsonaro, suas funções eram administrativas. Ele reforçou que as pesquisas realizadas pelo coronel eram baseadas em fontes abertas e solicitações de Cid.
“Ele tinha que coordenar a logística e obter informações para que encontros não representassem risco. Em uma ocasião, graças às pesquisas dele, foi possível identificar que um encontro do presidente com uma pessoa no Norte do país envolveria um traficante”, afirmou Kuntz.
A defesa também negou participação de Câmara no plano Punhal Verde Amarelo, supostamente destinado a assassinar Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Segundo Kuntz, Câmara não atuou como espião nem tinha conhecimento do plano. “Se ele tivesse conhecimento de qualquer operação ilícita, teria tomado providências para interrompê-la”, completou o advogado.
A sessão continua com sustentações das defesas dos demais réus.
Núcleo 2
Além de Marcelo Câmara, a ação penal envolve Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais de Bolsonaro; Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF); Mário Fernandes, general da reserva do Exército; Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça; e Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do mesmo ministério.
Os réus são acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência, grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.





















