O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou nesta quinta-feira a necessidade de uma articulação direta entre Brasil e Estados Unidos para combater crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A declaração ocorreu no mesmo dia em que a Receita Federal deflagrou uma megaoperação contra fraudes no setor de combustíveis.
Segundo Haddad, organizações criminosas utilizam o estado de Delaware como paraíso fiscal para enviar recursos não declarados ao exterior e repatriá-los posteriormente como investimentos, mascarando a origem ilícita. Ele afirmou que a prática já movimentou mais de R$ 1,2 bilhão.
Haddad e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, levaram o tema ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defendendo uma cooperação mais estreita com autoridades norte-americanas. O ministro também destacou que a Polícia Federal atuará na recuperação de ativos e acionará a Interpol.
Ao Ministério Público Federal, foi entregue um dossiê de 300 páginas detalhando movimentações financeiras e o funcionamento do esquema, com o objetivo de acelerar os processos na Justiça.
Poço de Lobato
A Operação Poço de Lobato foi realizada em cinco estados para desmontar um amplo esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. Mandados foram cumpridos na Bahia, no Distrito Federal, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
A ação é um desdobramento da Operação Carbono Oculto, que havia fechado dezenas de postos em estados do Nordeste. A Receita Federal identificou 17 fundos associados ao grupo, somando R$ 8 bilhões em patrimônio, estruturados em camadas para dificultar o rastreamento.
Devedor contumaz
Haddad voltou a defender a aprovação do projeto que cria regras específicas para punir contribuintes que sonegam de forma recorrente. O texto já passou pelo Senado e aguarda análise na Câmara. O ministro afirma que a proposta protege a ampla maioria dos contribuintes e fortalece o combate às fraudes.




















