O Ministério da Justiça e Segurança Pública confirmou a demissão de Alexandre Ramagem e Anderson Torres dos cargos de delegados da Polícia Federal, após a decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal (STF). Ambos foram condenados por integrar o núcleo principal da articulação golpista que buscou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.
As portarias assinadas pelo ministro Ricardo Lewandowski devem ser publicadas no Diário Oficial da União. Segundo a pasta, a medida cumpre a determinação da Primeira Turma do STF, que decretou a perda dos cargos públicos e, no caso de Ramagem, também do mandato parlamentar.
O tribunal já havia determinado, em novembro de 2025, o início da execução das penas após o encerramento dos recursos.
Anderson Torres
Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres cumpre pena de 24 anos no núcleo de custódia da Polícia Militar do Distrito Federal, no Complexo Penitenciário da Papuda. Durante as investigações, agentes apreenderam em sua casa a chamada “minuta do golpe”, documento citado no processo. Ele foi condenado por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Alexandre Ramagem
O deputado Alexandre Ramagem permanece foragido em Miami, nos Estados Unidos. Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência durante o governo Bolsonaro, ele foi condenado a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão em regime inicial fechado, pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
A Câmara dos Deputados ainda não formalizou a perda de seu mandato, embora esteja obrigada a registrar a cassação após a comunicação da Justiça.



















