A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a pedir ao ministro Alexandre de Moraes que avalie o pedido de prisão domiciliar humanitária, afirmando que o episódio envolvendo a tornozeleira eletrônica reflete o agravamento do estado de saúde do réu. Segundo os advogados, não houve tentativa de fuga, e o comportamento do ex-presidente estaria ligado a efeitos colaterais de medicamentos.
O documento, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal neste domingo (23), destaca que Bolsonaro está preso preventivamente desde sábado (22). A decisão citou risco de fuga após a tentativa de manipular a tornozeleira e a mobilização de apoiadores nas proximidades da residência onde ele cumpria a medida anterior.
Os advogados afirmam que laudos médicos apontam que a confusão mental teria sido provocada pela combinação de remédios usados para tratar crises de soluços persistentes. Eles mencionam que Bolsonaro utilizava Clorpromazina e Gabapentina e, sem ciência da equipe principal, recebeu prescrição adicional de Pregabalina, substância que, segundo o texto, pode causar desorientação, alucinações e alterações cognitivas.
A defesa também sustenta que, apesar de ter usado um ferro de solda na tornozeleira, Bolsonaro não tentou removê-la, colaborando integralmente na substituição do equipamento. De acordo com a petição, imagens e avaliações técnicas mostram que não houve rompimento da pulseira.
Condenado a 27 anos e três meses na ação ligada à trama golpista, o ex-presidente aguarda a execução da pena, após a Primeira Turma do STF rejeitar recursos na semana passada. O pedido de prisão domiciliar humanitária apresentado na sexta-feira (21) já havia sido negado após a decretação da prisão preventiva.
Nesta segunda-feira (24), o STF analisará a decisão, em sessão virtual extraordinária convocada para referendar ou revisar a medida.




















