A defesa de Jair Bolsonaro afirmou que a colocação da tornozeleira eletrônica teve o objetivo de expor e humilhar o ex-presidente, negando que houvesse plano de fuga. Ele foi levado neste sábado para uma cela da Polícia Federal, após decisão do ministro Alexandre de Moraes.
O advogado Paulo Cunha Bueno declarou que Bolsonaro não tinha condições de se evadir, citando a presença constante de agentes federais em sua residência. Segundo ele, o equipamento se tornou um símbolo de punição desnecessária.
O defensor também destacou que o ex-presidente é idoso e enfrenta problemas graves de saúde, decorrentes das complicações da facada sofrida durante a campanha de 2022, reforçando que ele sempre esteve disponível à Justiça.
Cunha Bueno comparou o caso ao do ex-presidente Fernando Collor de Melo, que cumpre prisão domiciliar por questões médicas, e criticou o tratamento dado a Bolsonaro.
Nesta sexta-feira, Bolsonaro tentou abrir a tornozeleira com um ferro de solda, ação que gerou alerta da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal. Moraes determinou que a defesa se manifestasse sobre a tentativa de violação em até 24 horas.
Também na sexta, o senador Flávio Bolsonaro convocou apoiadores para uma vigília de orações próxima à casa do pai, onde ele cumpria prisão domiciliar desde agosto.
Na decisão que determinou a prisão preventiva, Moraes citou a violação do dispositivo e avaliou que a aglomeração poderia provocar tumulto e facilitar eventual fuga.
Condenação
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão na ação penal sobre a trama golpista. Na semana passada, a Primeira Turma do STF rejeitou recursos que buscavam reverter as condenações.
O prazo para a apresentação dos últimos recursos termina neste domingo. Caso sejam rejeitados, as penas serão executadas em regime fechado.
A defesa pediu prisão domiciliar humanitária, citando doenças permanentes e necessidade de acompanhamento médico, mas o pedido foi recusado por Moraes.
Os advogados afirmam que irão recorrer da nova ordem de prisão. Bolsonaro estava em prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares impostas no inquérito que investiga Eduardo Bolsonaro por articulações com o governo de Donald Trump.




















