Bolsonaro enfrenta prazo final para novo recurso

A defesa do ex-presidente corre contra o relógio para apresentar novos embargos de declaração, etapa que pode influenciar diretamente no avanço do processo.

Fonte: CenárioMT

Bolsonaro enfrenta prazo final para novo recurso
Bolsonaro enfrenta prazo final para novo recurso - Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Encerra-se nesta segunda-feira (24) o prazo para que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro protocole novos embargos de declaração contra a condenação de 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado.

O recurso busca esclarecer eventuais dúvidas na decisão escrita, mas a Primeira Turma do Supremo já havia rejeitado a primeira rodada de embargos. Os advogados têm até o fim do dia para protocolar a nova contestação, embora haja incerteza sobre sua viabilidade jurídica, já que sucessivas negativas reduzem o espaço de argumentação.

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Pela jurisprudência do Supremo e decisões anteriores do ministro Alexandre de Moraes, segundos embargos podem ser classificados como “protelatórios”, sugerindo tentativa apenas de adiar o cumprimento da pena.

Prisão definitiva

Se Moraes entender dessa forma, a ordem de prisão definitiva poderá ser emitida após o prazo final, às 23h59. Antes disso, o ministro ainda pode aguardar a possibilidade de embargos infringentes, recurso destinado a reverter condenações com base em votos pela absolvição.

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No caso de Bolsonaro, porém, não há previsão para esse tipo de apelo, já que seria necessário ao menos dois votos pela absolvição, e apenas o ministro Luiz Fux votou pela inocência. Mesmo assim, a defesa, chefiada pelos criminalistas Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno, pode insistir na tentativa.

Em março, o ex-presidente Fernando Collor acionou os infringentes para contestar sua pena por corrupção, mas Moraes rejeitou o pedido por falta de votos favoráveis à absolvição e determinou o início do cumprimento da pena.

Prisão preventiva

Bolsonaro foi detido no sábado (22) após tentar danificar sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda, admitindo o ato durante a audiência de custódia. Moraes também destacou a mobilização de apoiadores convocada pelo senador Flávio Bolsonaro diante do condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar.

Para justificar a preventiva, o ministro apontou risco de fuga e ameaça à aplicação da lei penal. A Primeira Turma formou maioria nesta segunda-feira para manter a prisão.

O ex-presidente segue em uma sala da Polícia Federal em Brasília. Ainda não há definição sobre sua permanência no local caso a prisão definitiva seja decretada.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada. Envie suas sugestões para o email: [email protected]