O ex-deputado federal Alberto Fraga, que se reuniu com Jair Bolsonaro nesta manhã, no Palácio da Alvorada, disse ao blog que o presidente está “muito preocupado” com a economia durante a pandemia do coronavírus, mas sabe que, se tomar alguma decisão contra o isolamento social, que não tenha respaldo técnico, o Congresso pode derrubar a medida.
“A gente falou sobre o país, o presidente está muito preocupado com a economia, disse que vai para o saco, e mostrou manchetes dos jornais confirmando isso. Muito preocupante”.
O blog perguntou se o presidente falou algo a respeito do fim ou da flexibilização do isolamento, medida orientada pela OMS e pelo próprio Ministério da Saúde. Fraga disse que o presidente “mantém sua posição”, mas sabe que, se tomar alguma medida contra o fim do isolamento, o Congresso pode derrubá-la.
“Ele mantém sua posição. Mas sabe que, se tomar alguma medida (decreto, por exemplo), o Congresso pode derrubar”.
Nos últimos dias, o Planalto passou a avaliar uma saída intermediária: flexibilizar o isolamento para cidades médias e pequenas com baixo índice de casos de coronavirus.
O blog procurou neste sábado o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre o tema. Perguntado se o Ministério da Saúde concordava tecnicamente e se estabeleceria os critérios para a saída intermediária, Mandetta respondeu: “Não recebi nada . Mas trabalhamos com modelos que incluem estas opções. Já disse isso . Graus diferentes para situações diferentes”.
No Congresso, lideranças ouvidas pelo blog avaliam que a saída intermediária- se houver respaldo técnico, pode ser viável.
Situação de Mandetta
Sobre a situação de Mandetta, o blog perguntou a Fraga – que é amigo há décadas do presidente- se ele ouviu hoje de Bolsonaro disposição do presidente de trocar o ministro da Saúde. Fraga disse que nada foi dito sobre isso, “até porque Bolsonaro sabe da minha amizade com Mandetta”.
Na semana passada, o presidente pediu humildade ao ministro da Saúde e disse que eles estavam se bicando. Mandetta, na sexta-feira, disse ao blog que não pediria demissão e que o seu foco era na doença.
Para o ministro, cabe ao presidente demiti-lo. Nos bastidores, na avaliação de palacianos, o ex-ministro Osmar Terra e o presidente da Anvisa, Antonio Barra, se movimentam pela vaga de Mandetta.