A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está envolvida em uma polêmica depois que investigações da Polícia Federal (PF) apontaram suposta espionagem ilegal durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
O número 2 da Abin demitido
No dia 25 de janeiro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu o diretor adjunto da Abin, Alessandro Moretti. A demissão foi esperada, pois Moretti foi citado nas investigações.
As investigações da PF apuram movimentações ilegais na Abin ocorridas durante o governo Bolsonaro. O ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, levantou o sigilo da decisão que autorizou as ações e revelou os apontamentos da PF sobre a atuação da cúpula da Abin nomeada por Lula.
Alvos da operação
Um dos alvos da operação é o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. Carlos Bolsonaro foi alvo de mandados de busca e apreensão como parte de uma investigação sobre a suposta existência de uma “Abin paralela”.
A operação, batizada de “Vigilância Aproximada”, é um desdobramento das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado.
Segundo a PF, as investigações apontam que um grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços da agência para ações ilícitas, como produzir informações para uso político e midiático, obter proveitos pessoais e interferir em investigações da PF.
Demissão de Moretti
A demissão de Moretti é um sinal de que o governo Lula está disposto a tomar medidas para apurar as suspeitas de irregularidades na Abin. A continuidade das investigações pode trazer à tona novos detalhes sobre o caso e, até mesmo, levar à responsabilização de pessoas envolvidas.