A política não me empolgou, diz Stringuetta, que sai do páreo e apoia candidato atuante na Segurança Pública

Delegado que criticou compra de smartphones pelo Ministério Público desiste de candidatura a deputado estadual

Fonte: EDUARDO GOMES - DIÁRIO DE CUIABÁ

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Delegado Flávio Henrique Stringueta - Crédito Foto: Alair Ribeiro/MidiaNews

O projeto político do então deputado federal Jair Bolsonaro (PL) para disputar a Presidência, em 2018, resultou na corrida de militares e policiais aos palanques, Brasil afora, todos filiados a partidos de orientação direitista.

Em Mato Grosso, não foi diferente e, dentre os que buscavam caminho político, o delegado da Polícia Civil, Flávio Henrique Stringueta (Republicanos), que foi homologado candidato a deputado estadual, mas que recuou, enquanto os demais permanecem atrás de votos.

O que levou Stringueta a sair da disputa eleitoral?

“A política não me empolgou”, diz ele, com firmeza de convicção em mea culpa por sua curta e atropelada investida nos meios eleitorais.

Na sequência, cita o empurrão que o arrastou à candidatura que o jogou na chapa do Republicanos para deputado estadual, da qual saiu antes mesmo de seu registro pelo Tribunal Regional Eleitoral.

“Fui lançado pré-candidato a algum cargo por conta da minha postura contra benefícios imorais pagos aos membros do Ministério Público Estadual (MP); benefícios imorais criados por leis corruptas”, disse.

Essa postura foi uma faca de dois gumes: abriu as portas do partido e afugentou eleitores.

A abertura das portas do Republicanos foi a coisa mais natural.

O partido o via na condição de puxador de votos, o que é muito importante, principalmente agora, após o fim das coligações para cargos proporcionais.

Candidato por um partido que não figura entre os grandes e sendo um rosto a mais entre dezenas de candidaturas, Stringueta, certamente, buscou em sua experiência policial a razão para a desistência: possivelmente teria avaliado que política por não ser ciência exata não deve ser levada ao pé da letra e que uma denúncia considerada grave além de desencadear forte reações contra o denunciante afasta considerável parcela da população do mesmo.

No mundo interior da política, Stringueta não se sentia confortável.

Somando-se a isso a resistência familiar contrária à sua candidatura, ele desistiu oficializando sua decisão ao presidente regional do partido, Adilton Sachetti.

Saiu com sentimento de alívio e sem esconder que não quer e não sabe ser político.

Procurando manter distância da disputa eleitoral, Stringueta não comentou sobre a campanha em Mato Grosso, mas nem isso o impediu de expressar seu coleguismo.

Disse que tentará transferir ao deputado estadual e candidato à reeleição Delegado Claudinei (PL), o capital eleitoral que conquistou, e observou sobre o apoio:  “Ele (Delegado Claudinei) é atuante e tem feito tanto pela Segurança Pública”.

A Executiva Provisória do Republicanos não anunciou o nome que deverá substituir Stringueta na composição de sua chapa.

Por outras razões, candidatos a deputado estadual de algumas legendas também desistiram da disputa, a exemplo de Oscar Bezerra (PP) e Walace Guimarães (PV).

NOMES – A candidatura de Stringueta era um dente da engrenagem policial mato-grossense que pretende continuar no poder ou o disputa.

E, dentre ela, o deputado federal e policial rodoviário federal José Medeiros (PL), que tenta a reeleição; os coronéis Assis (União), Fernanda (PL), Sandro (Patriota) e Zózima (PTB), e o vereador por Cuiabá Sargento Vidal (MDB), que concorrem para deputado federal; o sargento da Polícia Militar Elizeu Nascimento (PL), o Delegado Claudinei (PL) e o policial penal João Batista do Sindspen (PP), todos deputados estaduais que concorrem à reeleição; o vereador por Cuiabá e tenente-coronel da PM, Marcos Paccola (Republicanos), candidato a deputado estadual; o vereador por Alta Floresta e policial civil Luciano Silva (Podemos), candidato a deputado estadual; o vereador por Cuiabá, Sargento Joelson (PSB), candidato a deputado federal; os candidatos a deputado estadual Cabo Costa (Patriota), Tenente-Coronel Vânia (PL) e Sargento Laudicério (PP); os postulantes a deputado federal Sargento Wagner (PDT) e Sargento Lucélia (PL), dentre muitos outros.

Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.