Nova fase para desenvolvimento de Mato Grosso requer novas atitudes

Fonte: José Wenceslau de Souza Júnior

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Na década de 70, o governo federal intensificou medidas para ocupar vazios demográficos em determinadas regiões do país. Com isso, Mato Grosso, que na época ainda não era dividido, recebeu milhares de famílias e trabalhadores, vindos principalmente do sul e sudeste, em busca de oportunidades e melhores condições de vida no centro do Brasil.

Com isso, dos 34 municípios mato-grossenses em 1970, o estado passou a contar com 141 cidades a partir de 2005. Muitos conseguiram a terra por valores acessíveis, outros ganharam para que permanecessem e produzissem na região. Naquele período, para proporcionar desenvolvimento, o governo criou órgãos específicos, como a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

Depois desse processo de migração, aos poucos, o estado foi se destacando no cenário agropecuário devido principalmente às técnicas empregadas no tratamento do solo. Hoje, Mato Grosso é o maior produtor de grãos e de bovino do país, se firmando como grande potência no agronegócio e, consequentemente, refletindo no crescimento de outros setores da economia.

Segundo dados do Caged, o saldo de empregos em 2020 (ano em que teve início a pandemia), Mato Grosso obteve resultado maior que todos da região Centro-Oeste e de estados como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, que apresentaram saldo negativo entre admissões e demissões no período.

Neste ano, entre os meses de janeiro e fevereiro, nosso estado figura entre os seis com maior saldo de empregos, à frente, inclusive, do Rio de Janeiro. Sobre a remuneração média, publicada pela Rais (2020), Mato Grosso ocupa a quinta posição, com o valor de R$ 3.209,73. Ou seja, o desenvolvimento vem sendo crescente, fazendo com que o estado seja ainda mais atraente para investidores e trabalhadores de outros estados.

Aliado a isso, temos muito espaço para crescer, pois apesar de ser o maior estado em extensão territorial do Centro-Oeste e o terceiro maior do país, com 903.357 quilômetros quadrados, Mato Grosso conta com pouco mais de 3 milhões de habitantes.

Diante dessa realidade, a meu ver, o governo do estado deveria realizar um grande “chamamento” para famílias de todo país que necessitam de emprego. Os números mostram que onde o agronegócio vai bem, o comércio vai melhor ainda, portanto, esses trabalhadores poderiam suprir a mão-de-obra das empresas mato-grossenses, principalmente as que atuam nos setores de comércio e de serviços.

Para isso, uma sugestão que faço à administração pública estadual é a elaboração de um plano de governo para que essas famílias tenham acesso a moradias, com subsídios e facilidades ao crédito. Mato Grosso é a terra das oportunidades, nada mais justo do que ofertar trabalho ao cidadão que necessita e garantir mão-de-obra ao setor produtivo.

José Wenceslau de Souza Júnior é presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac/IPF-MT e Sindcomac em Mato Grosso, comerciante há mais de 40 anos. Email: presidencia@fecomerciomt.org.br

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