O mercado de investimentos tem experimentado momentos de grande volatilidade nos últimos anos, o que consequentemente aumenta os riscos dependendo de onde se aportam recursos, como por exemplo em ações de empresas da área de tecnologia. Mas já há muito tempo existe um ativo que, se não der grandes lucros, dificilmente trará prejuízos: imóveis.
Assim como os demais setores, o imobiliário também tem seus momentos de alta, ou seja, em que o ambiente econômico se mostra mais propício a esse tipo de investimento. É o que se apura em relação a este ano de 2024. Recentemente, um importante veículo de comunicação divulgou uma tabela de valorização dos imóveis colocando Cuiabá com um índice de 6,4%, bem acima da inflação do período medido, que foi de 4,6%.
Existem vários fatores que contribuem para isso. Um deles é a Selic, a taxa básica de juros da economia. Quanto mais baixa ela estiver, mais recursos migram para investimento em imóveis. Mesmo que haja uma estagnação, o valor nunca vai ficar abaixo do que foi comprado, vai ser sempre maior. Outro é o déficit habitacional, que faz com que a demanda seja alta, tanto para compra como para aluguel. Neste segundo caso, ele se torna uma forma de gerar renda para o proprietário.
Mato Grosso, em especial, vive um momento de grande aquecimento do setor imobiliário ancorado na pujança do agronegócio. Por exemplo, a safra de algodão. Foi a primeira vez na história que batemos a agricultura americana, em específico aqui no Mato Grosso, e isso vai trazer um bom dinheiro para o estado. O ambiente de recuperação ante um 2023 abaixo das expectativas certamente impactará na comercialização de imóveis de alto padrão, sejam eles comerciais ou residenciais. E a perspectiva de valorização desse tipo de empreendimento é ainda maior.
Voltando à questão dos fatores, outro que pesa bastante é a segurança do investimento. Tanto a de que se trata de um bem que estará ali sempre à disposição quando você precisar, como a de que não perderá seu valor, salvo em casos extraordinários. É diferente de um aporte em ações, para não sair do exemplo inicial, de uma empresa como uma big tech, que cresce de forma exorbitante e, de repente, despenca em valor de mercado.
O imóvel que você compra hoje daqui a uns 10 anos não vai ter o mesmo valor. Ele vai estar sempre um pouco acima da inflação. A economia pode estar ruim, mas ele estará sempre lá como uma segurança. Em algum dado momento, no futuro, quando a economia melhorar, ele certamente experimenta um crescimento. A valorização do metro quadrado é muito maior que qualquer outro tipo de investimento, reforço.
É importante atentar, no entanto, para alguns fatores que podem influenciar nessa valorização. Investir em imóveis de uma construtora/incorporadora que tem know how e atua já há bastante tempo no setor, além de dar mais segurança ao investidor, se torna uma garantia de revenda facilitada pela confiança conquistada no mercado. Isso é fato!
Por fim, vale também destacar uma outra modalidade de investimento como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Hoje empreendimentos no interior de Mato Grosso contam com parcerias importantes na área de Mercado de Capitais mostrando que os investidores estão abrindo os olhos para oportunidades fora do eixo Rio-São Paulo, principalmente em cidades polo do agronegócio.
Orlando Carlin Malteze é contador por formação, especialista em relações
com investidores e diretor financeiro da Edificatto Incorporadora