Existem dores que nunca passam

A dor vai além do físico; algumas são invisíveis e eternas, transformando-se em saudade.

Fonte: Enrico Pierro

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Nem toda dor é visível ou pode ser tratada. a dor emocional, muitas vezes, não desaparece.

A dor pode ser definida em diversos níveis. Desde você ter um infarto, uma pedra no rim, até bater o dedinho na quina da cama. Mas nem toda dor pode ser mensurada, medida, explicada. Porque existem dores que simplesmente não são físicas, mas existem. E essas são as mais difíceis de serem explicadas, tratadas e curadas.

Existem diversos remédios para se tratar uma infinidade de doenças do corpo físico. Tratamentos e mais tratamentos para se curar as feridas. Mas como você cura, por exemplo, um coração partido? Uma saudade? E você já reparou que tudo isso também dói?

Assim como chutar um móvel em casa, descalço, sentir saudade de alguém que você perdeu também dói. E muito. Muitas vezes uma dor inexplicável. O problema é que, para essa segunda dor, não existe um remédio. E, na verdade, nem existe uma cura. Claro, tem terapia, tem remédios que podem te acalmar, hobbies que podem te distrair, o trabalho que pode te ocupar.

Quando alguém próximo perde um parente, um animal muito querido, um cônjuge ou qualquer pessoa e fica totalmente devastado, enquanto muitos dizem que vai passar, eu chego e sou sincero. Digo: olha, eu já perdi algumas pessoas e te digo: não vai passar. Simplesmente não vai. Nunca. Sabe essa dor? Ela não vai embora. Infelizmente. Com o tempo, a única coisa que vai acontecer é que você vai se acostumar com ela.

Duro, né? Mas é a verdade. A dor não vai embora. Ela se transforma. O que agora é a dor da falta, claro, pelo nosso egoísmo, talvez, com o tempo, vai se transformando em uma lembrança, uma nostalgia, uma saudade. Aquela dor aguda da falta, do apego, vai mudando para uma lembrança. É quando vão ficando na memória aqueles bons momentos que a gente carrega nas lembranças.

O luto passa. A falta passa, mas só porque nos acostumamos. A dor tranquiliza, mas não some. Certas dores são eternas enquanto nós durarmos. É como bater o dedo na quina da cama todos os dias. A diferença é que o dedo se acostuma. A gente se acostuma. Mas a quina nunca vai embora.

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