Entre padrões e escolhas

Estamos tão ocupados tentando caber no mundo que esquecemos de ser.

Fonte: Enrico Pierro

Estamos tão ocupados tentando caber no mundo que esquecemos de ser.
Estamos tão ocupados tentando caber no mundo que esquecemos de ser.

    Hoje em dia, as pessoas não sabem mais se o que fazem é para elas mesmas ou para os outros. É um pelo que você apara, um espirro que segura, uma ida diária à academia. Vai se moldando, se refazendo, sem nem saber ao certo se é isso mesmo que quer para a sua vida. A gente tenta se encaixar nos padrões que alguém decidiu que eram corretos. Repara na arte como o corpo mudou ao longo dos anos. O tempo muda as perspectivas, muda as realidades.

      Primeiro, dizem que a atividade física é essencial para uma vida saudável e que o bacon vai te matar. Depois, descobrem que o excesso de exercício pode fazer mais mal do que o próprio bacon. A vida segue assim, cíclica, e a gente nem percebe. Daí você quer ter o corpo padrão, a refeição padrão, a rotina padrão. E no fim, sobra o quê? Mais um. Nem melhor, nem pior e talvez, nem mais saudável do que ninguém. Onde foi parar o equilíbrio? Aquele equilíbrio gostoso entre fazer atividade física e aproveitar um x-bacon no balcão da padaria?

Quem você é de verdade?
Quem você é de verdade?

      A vida é feita de altos e baixos. Uma hora, você está lá em cima, no topo da montanha-russa. Subiu devagar, foi puxado, e quando chega no topo, tudo parece estável. Então vem a descida: rápida, violenta. Você cai sem nem saber onde vai parar. Tem certeza de que vai abrir um buraco no chão, e às vezes abre mesmo. Desce até achar que não tem mais como, e de repente, vem a curva para a esquerda, depois para a direita, sobe um pouco, vai reto, desce de novo e, olha só, quando percebe, está subindo outra vez. A vida é uma montanha-russa. O problema é que estamos esquecendo quem pilota. Nós mesmos. E fica difícil saber até onde estamos nesse trajeto por escolha própria ou porque fomos violentamente empurrados. Não importa se foi a sociedade ou alguém. Estamos cada vez mais perdidos dentro de nós mesmos, tão ocupados em “estar” tantas coisas que esquecemos do que é ser.

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