Sempre vibrante e irreverente, a cantora Preta Gil surpreendeu o Brasil com um anúncio: o diagnóstico de câncer de intestino. O adenocarcinoma na porção final do órgão do sistema digestivo foi descoberto ao procurar assistência médica, após desconfortos no abdome. Preta inicia o tratamento nesta segunda-feira (16), compartilhou com seguidores de suas redes sociais. Longe dos holofotes das celebridades, a doença acomete milhares de brasileiros todos os anos, sendo o terceiro tipo de câncer com maior incidência na população.
O câncer de intestino é um tumor maligno que se desenvolve no intestino grosso, também chamado de câncer de cólon ou colorretal. A origem mais comum são os chamados pólipos, lesões benignas que crescem na parede do intestino. O Instituto Nacional de Câncer, o INCA, prevê o surgimento de 500 novos casos desse tipo de neoplasia a cada 100 mil habitantes em Mato Grosso somente este ano. No Brasil, mais de 45 mil.
A doença acaba de vitimar dois craques do futebol: o Rei Pelé, ícone mundial, aos 82 anos, e Roberto Dinamite, maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro e ídolo do Vasco, aos 68.
Sinais e fatores de risco
Os principais sinais de alerta para um possível câncer de intestino são a presença de sangue nas fezes, mudanças do hábito intestinal (como diarreias frequentes e constipação), dor ou desconforto abdominal, alteração na forma das fezes, fraqueza, anemia e repentina perda de peso, sem motivo. Em alguns casos é ainda possível identificar uma massa tumoral no abdômen.
A incidência do câncer de intestino parece ser maior em pessoas acima do peso, e relacionada ao consumo de carne vermelha e carnes processadas com frequência (bacon, presunto, linguiça e embutidos no geral). Uma alimentação pobre em fibras também é fator de risco – e aqui vai o lembrete saudável para a farta ingestão de frutas, legumes, verduras. O tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas também são fatores de risco para o câncer colorretal.
Colonoscopia: aliada da prevenção
Nos cuidados com a saúde a favor da vida, a colonoscopia deve deixar de ser um tabu, alerta o oncologista Giulliano Castiglioni, da Oncomed. Indolor e feito sob sedação, o exame permite visualizar em detalhes toda a parede interior do intestino, e deve ser incorporado aos exames de check-up a partir dos 50 anos. Ou ser antecipado, quando algum sinal de alerta se manifesta no organismo. Muitos pólipos podem ser removidos durante a própria colonoscopia, reduzindo o risco de uma evolução para um câncer.
“Assim como dizemos aos homens que o exame de toque é um tabu, a colonoscopia também é. Porém, a saúde deve estar acima de qualquer tabu. Culturalmente, falar de hábitos intestinais, desconfortos, pode parecer algo mais constrangedor, mas é sempre bom lembrar que o médico é o profissional parceiro de todas as horas. Procurar ajuda é fundamental, porque o câncer não espera”, ressalta o especialista.
Esteja atento aos sinais do câncer de intestino
– Sangue nas fezes
– Mudança do hábito intestinal
– Dor ou desconforto abdominal
– Alteração no formato das fezes
– Fraqueza e anemia
– Perda de peso
– Massa (tumoração) abdominal