Alimentação saudável: mitos e verdades

Fonte: Andrea Camapnelli

088811B9E6084FEA8EBAB29EFF41BE3B
Alimentação saudável: mitos e verdades

Sabe-se que a “saúde perfeita” tem sido almejada por grande parte das pessoas no mundo inteiro. A Organização Mundial de Saúde (OMS), agência cujo objetivo é desenvolver ao máximo possível o nível de saúde de todos os povos, apresenta diversos documentos estratégicos que orientam a formulação de políticas de saúde, sendo atualmente a alimentação e a nutrição considerados como elementos chave na definição dos objetivos, estratégias e recomendações nos seus diversos programas e políticas.

Buscando trazer um olhar mais detalhado sobre o assunto, a equipe de reportagem do CenarioMT buscou sanar algumas dúvidas com Elisângela Almeida, nutricionista atuante na rede pública de saúde de Lucas do Rio Verde.

Segundo Elisângela, as pessoas levam em consideração o que elas recebem de informação, independente do meio usado para aquisição dessas informações (como Internet, TV, pessoas conhecidas, etc.). Cada pessoa tem uma opinião a respeito da definição de alimentação saudável, e a nutricionista esclarece que propõe aos pacientes uma alimentação natural, ou o mais natural possível. Quanto mais natural for a procedência do alimento, melhor será a qualidade. Ela deixa claro que tudo o entra no organismo determina o quão saudável a pessoa vai estar, ou o quão doente ela poderá ficar.

Elisangela expôs que em Lucas do Rio Verde não temos alimentos genuinamente orgânicos (completamente livres de agrotóxicos), uma vez que a região é produtora, e tanto a terra quanto o ar e a água estão contaminados com esses agroquímicos; porém, há pequenos produtores em nossa cidade que com muito esforço e dedicação conseguiram adquirir o selo de qualidade dos alimentos. A nutricionista indica as feiras livres, que acontecem praticamente todos os dias em nossa cidade, para adquirir produtos com o uso mínimo de defensivos agrícolas.

Quanto aos suplementos e shakes existentes no mercado, a nutricionista destaca que tal produto não ensina as pessoas a se alimentar. Ela disse que há bons produtos, saudáveis, que têm alguns nutrientes como vitaminas e minerais, mas nem todos têm realmente aquilo que relatam. Há muitos produtos ditos “emagrecedores”, mas estão cheios de açúcar, mantendo o indivíduo atrelado a eles, bastando apenas um olhar mais criterioso na tabela nutricional inscrita no rótulo. Elisangela destaca que “muitos produtos dessa natureza têm óleo de girassol, óleo de canola, maltodextrina (açúcar), além de muita soja, que dependendo da forma que foi preparada pode se tornar um antinutriente (substâncias que prejudicam o organismo). É primordial que o indivíduo entenda a qualidade do suplemento para saber qual seria indicado para o seu consumo, e não tentar se enganar acreditando que essa é uma forma milagrosa de obter boa alimentação”. Para a nutricionista, “boa alimentação é comer comida de verdade, é consumir aquilo que vai nutrir o seu organismo”.

Ela ainda destaca que é necessário todo um conjunto de ações, que fazem parte da boa alimentação. “O seu organismo se prepara para receber o alimento. Tudo tem uma função. Seus dentes precisam mastigar, o que estimula a digestão, e também vai ajudar seu intestino a funcionar corretamente, todos os seus hormônios funcionando corretamente. Quando eu tomo suplementos (que muitas vezes são shakes) eu não tenho todo esse processo. Eu pulo etapas. Então, nem sempre é uma boa alternativa. Suplementos são bons, mas tem os que são indicados para cada pessoa, para cada caso. Para isso é importante consultar um profissional”.

Elisangela pontua que “sempre que pensarmos em alimentação saudável é importante que tenhamos em mente que nem sempre temos o melhor produto (completamente orgânico), porém não podemos deixar de fazer o que é bom quando não conseguimos o que é ótimo. Não é porque não tem o sal rosa, que não vai modificar nada; não é porque não tem condições de frequentar academia, que não vai fazer nenhuma atividade física. Não é assim. Você tem que prezar pelo bem que você consegue fazer. Faça o melhor que estiver ao seu alcance. Faça o que é mais saudável. Legume, verdura, fruta, carne e derivados animais, gorduras de origem animal ou que vêm das castanhas e da natureza, todo alimento que não for muito processado, quanto menos ingredientes tiver nos produtos que eu compro no mercado, com certeza vai ser saudável, vai promover a saúde do indivíduo”.

Andréa Campanelli é uma dedicada redatora do CenárioMT, onde traz notícias sobre a cidade e o cotidiano diário. Com um olhar atento aos eventos locais, ela se empenha em informar a comunidade sobre o que realmente importa, destacando histórias que refletem a vida dos moradores e as dinâmicas da região.